Capa
Nº 2074 | 31 Dezembro 2020
Ver PDF
Disponível para Assinantes
Notícias
Especial Ano Novo
Perspetiva
Protagonista
Última
Covid-19: Desta vez não foi o bater de asas de uma borboleta, mas sim de um morcego, a espalhar o caos que, em vez de apenas teórico, provocou quase dois milhões de mortes em todo o mundo, infetou mais de 80 milhões de pessoas, desde cidadãos anónimos a líderes das nações mais poderosas, e provocou a maior crise económica que há memória.
As rendas e as portagens vão manter-se inalteradas. Já a luz será mais barata no mercado regulado e o pão arrisca a ficar mais caro.
A Comissão Europeia aprovou, até ao momento, uma vacina contra a Covid-19: trata-se da Vacina Comirnaty, criada e produzida pela BioNTech e Pfizer.
Neste caso a resposta afirmativa torna-se ainda mais óbvia pelo facto de o ano arrancar com mais uma renovação do estado de emergência, votada na quarta-feira, 6 de janeira, logo na primeira sessão plenária da Assembleia da República em 2021.
Não. O “não” é mesmo “não” para empresas como a Google, Sony, Twitter, Royal Bank of Scotland, Facebook ou Uber, que ainda no verão anunciaram que iriam manter este regime de trabalho, pelo menos, até 2021 (algumas até para sempre, no caso dos funcionários cuja presença física é dispensável).
Não foi um ano de ganhos para o BCP, nem na bolsa, nem no bottom line.
Ana Gomes: A ausência de apoio formal do PS não travou uma candidatura à Presidência da República. O apoio (pouco tácito) de António Costa a um novo mandato de Marcelo 'empurrou' membros da ala esquerda socialista (como Pedro Nuno Santos ou Duarte Cordeiro) a manifestarem apoio à ex-eurodeputada.
Isabel dos Santos: A empresária angolana teve um ano terrível.
'Luanda Leaks': Os 715 mil documentos do império empresarial de Isabel dos Santos, obtidos pela Plataforma de Proteção a Denunciantes em África e revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, provocaram ondas de choque em todo o mundo.
Depois daquela que deverá ser a maior recessão de sempre em 2020, de 8,5% segundo a projeção do Governo, o único consenso sobre a recuperação da economia portuguesa em 2021 é que irá ser apenas parcial.
O ministro de Estado, Economia e Transição Digital assegurou em meados de dezembro que os novos apoios às empresas mais afetadas pela pandemia serão lançados no início de 2021, destacando os novos reforços do programa Apoiar, que arrancou com 750 milhões de euros a fundo perdido e que foi reforçado em 300 milhões para o programa das rendas que prevê que os comerciantes recebam entre 30% a 50% do valor da renda, em função da quebra da faturação, entre outras medidas.
Tudo indica que 2021 poderá ser o ano do início da recuperação do sector nacional do turismo, um dos mais afetados pelo surgimento da Covid-19, embora seja impossível anular as perdas verificadas em 2020 nos 12 meses que se iniciam a 1 de janeiro.
Os especialistas no setor acreditam que poderá existir uma descida nos preços da habitação. No entanto, não será para já, sendo a estabilização dos preços a hipótese mais apontada para os primeiros meses do ano.
Depois do ano marcado pelo maior choque económico desde a Grande Depressão, em que o PIB mundial recuou quase 5%, 2021 deverá ser um ano de crescimento, num fenómeno que se pode classificar como um retorno à média.
Parte da responsabilidade que cabe a Portugal com a presidência rotativa da UE na primeira metade de 2021 será, como sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros, garantir que todos os Estados-membros entregam a tempo os seus planos de recuperação, de forma a que estes sigam o processo de aprovação, que terá de passar ainda pela Comissão e Conselho europeus.
Ao contrário do ucraniano Serguei Bubka, que dedicou anos de vida a acrescentar centímetros ao recorde mundial de salto à vara, Marcelo Rebelo de Sousa tem repetido publicamente o quão intransponível considera a fasquia dos 70,35% conseguidos por Mário Soares em 1991, aquando da reeleição para o segundo mandato presidencial.
O lugar que noutros contextos tende a ser encarado como o de “primeiro dos últimos” ameaça ser o principal motivo de interesse das eleições presidenciais que terão lugar a 24 de janeiro.
Seis meses de presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, com a benesse de Angela Merkel ter desbloqueado o Fundo de Recuperação, de Ursula von der Leyen ter chegado a acordo com Boris Johnson para o Brexit e de a vacinação contra a Covid-19 ter arrancado ainda em 2020, são a melhor prenda que António Costa poderia desejar após um ano em que Mário Centeno trocou o Ministério das Finanças pelo Banco de Portugal.
Eduardo Cabrita e Tiago Brandão Rodrigues são dois dos ministros que poderão abandonar os cargos que ocupam no próximo ano, depois de um ano em que Mário Centeno saiu das Finanças e uma dezena de secretários de Estado, incluindo Ricardo Mourinho Félix e Jamila Madeira, também deixaram de pertencer ao Governo.
Tal como no início de 2020 poucos antecipariam o grau de distanciamento entre o Bloco de Esquerda e o Governo, o que garante que, na hora de apreciar o Orçamento do Estado para 2022, voltarão a ser os deputados do PCP a assumir a missão de “melhorar” quanto baste o documento para o viabilizarem, juntando-se na abstenção ao PEV, PAN e deputadas não inscritas?
As câmaras do Porto, de Sintra e do Funchal, tal como a de Almada deverão ter especial destaque nas eleições autárquicas que serão disputadas em setembro ou outubro.
Seis anos depois da detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates, por suspeitas de crimes económico-financeiros, a decisão sobre a ida a julgamento dos arguidos da ‘Operação Marquês’ deverá ser conhecida no primeiro trimestre de 2021 depois de o debate instrutório ter terminado em julho deste ano.
A era Biden terá grandes desafios pela frente, tanto do ponto de vista interno como externo. Na frente caseira – que já ficou marcada pela encarniçada recusa de Donald Trump em sair de cena (o que agora só fará pela porta das traseiras da Casa Branca – o grande desafio é o combate à pandemia de Covid-19.
O plano de reestruturação da TAP enviado pelo Governo português à Comissão Europeia é apenas a base de um processo de negociações que nada terá de simples.
O maior esforço que o país terá de fazer para reestruturar a TAP ocorrerá no próximo ano, atendendo a que em 2021 será efetuada a maior injeção de dinheiro na transportadora aérea nacional, que deverá variar entre 970 milhões de euros e 1.164 milhões de euros, segundo os cenários do plano de reestruturação apresentados publicamente pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
O travão das transferências do Fundo de Resolução para o Novo Banco, aprovado no Parlamento, foi uma notícia inesperada que levou já a agência de rating DBRS a sinalizar que aumenta a “incerteza para o capital do banco” e o risco de “litigância” neste processo.
Sim, 2021 será o ano das fusões na banca portuguesa. O caso mais referido ocorrerá com a participação de 19,49% que a Sonangol detém no Millennium bcp, presidido por Miguel Maya.
Se olharmos para a história, então os ‘leões’ têm motivos para sorrir, já que a última vez que passaram o Natal e ano novo na liderança, o Sporting acabou por conquistar o campeonato.
Ganhar o Europeu em 2016 foi um feito extraordinário e com contornos de filme de suspense. Fruto de uma conjugação de fatores (entre as quais o facto de Portugal ter conseguido qualificar-se no grupo e ter ficado entre um conjunto de seleções mais acessíveis numa fase a eliminar), a Seleção portuguesa conseguiu depois surpreender tudo e todos na final frente à França, com os detalhes que se conhecem e que apaixonaram tudo um país na conquista mais importante da história do futebol português.
Tirado a ferros das mãos do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, o acordo do Brexit é para já uma grande incógnita, mas a qualidade daquilo que vier a ser acordado medir-se-á precisamente pelo impacto: quanto menor for, melhor as negociações terão decorrido.
Diego Maradona e Sean Connery, homens por detrás da “Mão de Deus” e de “Bond, James Bond”, foram duas das maiores perdas no ano da morte de Stanley Ho e em que Portugal ficou sem figuras como Eduardo Lourenço, Ribeiro Telles e Vasco Pulido Valente.
2021 trará uma nova cara à Casa Branca, mas o novo presidente parece querer indicar que manterá a postura assertiva para com a China, como indica a sua nomeação para o cargo mais alto ligado ao comércio externo do país.
A estadista que não precisou de ter filhos para ser conhecida por “mãezinha” por dezenas de milhões prepara-se para deixar de ser chanceler da Alemanha em setembro, mas a forma como desbloqueou o impasse que travava o Fundo de Recuperação e o Quadro Financeiro Plurianual reforçou a ideia de que Angela Merkel é a única insubstituível da União Europeia.
É um dos processos mais incompreensíveis no quadro das grandes obras públicas nacionais, onde a concorrência pelo campeonato das obras de Santa Engrácia é aguerrida.
Já se sabe que o Governo de António Costa, em particular Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, elegeu o sector da ferrovia como uma das prioridades do seu mandato no domínio da mobilidade e dos transportes.
A “adesão à moratória de crédito contribuiu para reduzir as necessidades de liquidez das empresas”, explica o “Relatório de Estabilidade Financeira” do Banco de Portugal, alertando para que até setembro de 2021 – final do período de vigência da moratória –, as prestações devidas e não pagas deverão ascender a cerca de “15% do stock de empréstimos das empresas, que corresponde a cerca de 11 mil milhões de euros, das quais um terço será relativo às prestações devidas até setembro 2020”.
O impasse não foi ultrapassado, apenas prolongado. A 22 de dezembro, nove dias antes do final da concessão do serviço postal universal aos CTT - Correios de Portugal, o Governo aprovou a prorrogação por nove meses, até 30 de setembro de 2021.
A meados de dezembro, a Autoridade da Concorrência (AdC) impôs coimas no valor total de cerca de 304 milhões de euros a seis cadeias de supermercados, a dois fornecedores de bebidas e a dois responsáveis individuais, por, alegadamente, concertarem, de forma indireta, os preços de venda, uma prática prejudicial aos consumidores.
Depois do falhanço da proposta de compra da TVI pela Altice Portugal – de quem muitos tiveram medo ao ponto do negócio ter sido chumbado pela AdC – Autoridade da Concorrência –, e depois das investidas idênticas do líder da Cofina, Paulo Fernandes, os espanhóis da Prisa saíram do capital da Media Capital, mas a realidade mostra que a nova estrutura acionista da sociedade que controla a TVI e a rádio Comercial ficou transformada numa verdadeira manta de retalhos que tem vindo a preocupar a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Sim, mas não será fácil. A Galp vai fechar a refinaria de Matosinhos na sua componente de refinação e isso demorará entre três e cinco anos, consoante a quantidade de efetivos que possam ser alocados ao respetivo desmantelamento.
Muito provavelmente. Em março, com o repentino confinamento a ditar um congelamento de uma grande fatia da atividade económica global, os investidores entraram em pânico e os índices acionistas caíram a pique.
A aproximação entre as posições defendidas pelos russos e pelos sauditas no âmbito da OPEP+, o grupo alargado dos maiores exportadores mundiais de petróleo, que acordaram realizar reuniões frequentes ao longo do ano para monitorizarem a adequação da produção petrolífera às cotações de mercado – com uma reunião inicial marcada para 4 de janeiro – aumenta a perspetiva de uma maior estabilidade na cotação internacional do petróleo em 2021, valorizando o patamar de preços com que o mercado internacional entrará no novo ano.
Pouco provável, pelo menos até à parte final do ano. Ao contrário do que aconteceu na última crise, de 2011, o problema não esteve centrado nas dívidas soberanas e as autoridades monetárias foram rápidas e lançaram vários estímulos para controlar os custo do financiamento, garantir a liquidez e, dessa forma, oferecer estabilidade aos mercados.
Em outubro deste ano, a Liga de Clubes delineou um plano de três fases para o regresso do público aos estádios mas esta entidade sublinhou desde o início que este planeamento estaria sujeito à evolução da pandemia da Covid-19 e que seria “evolutivo”, de acordo com declarações de Sónia Carneiro, diretora executiva da Liga.
O dólar em mínimos [bolsas em máximos] reflete o apetite pelo risco no final do ano, após o aparecimento das vacinas e o pacote de estímulos.
O governador do BdP acredita que o plano de vacinação contra a Covid-19 traz “sinal de esperança” para 2021. Mas deixa avisos para o próximo ano.
Eurodeputado doPCP promete “tomar partido” pelas micro, pequenas e médias empresas, apelando
a “outro protagonismo público” em sectores-chave. E ataca grandes grupos que ‘asfixiam’ a economia.
Para enfrentar uma “guerra” negocial contra o gigante espanhol Aqualia pelo controlo da Aquapor, a bracarense DST poderá ter apoio do fundo EQT.
