Pouco provável, pelo menos até à parte final do ano. Ao contrário do que aconteceu na última crise, de 2011, o problema não esteve centrado nas dívidas soberanas e as autoridades monetárias foram rápidas e lançaram vários estímulos para controlar os custo do financiamento, garantir a liquidez e, dessa forma, oferecer estabilidade aos mercados. No caso da zona euro, o Banco Central Europeu (BCE) lançou em março um nova ‘bazuca’, o Programa de Compra de Emergência Pandémica (na sigla inglesa, PEPP), com uma dotação inicial de 750 mil milhões de euros e maior flexibilidade que o anterior programa ‘convencional’. Em junho o valor foi aumentado para 1,35 biliões de euros e em dezembro para 1,85 biliões. O programa, ao trazer o BCE como comprador principal no mercado, tem sido crucial para conduzir as taxas de juros da dívida portuguesa para sucessivos mínimos históricos. Apesar de o Governo prever um défice público de 7,3% este ano e a dívida pública a subir para 134% do PIB, a yield das obrigações portuguesas a 10 anos entrou em terreno negativo pela primeira vez em dezembro e negoceia agora perto dos 0%. Os analistas acreditam que 2021 será prematuro ainda para os bancos centrais começarem sequer a falar em normalização da política, e não é por acaso que Christine Lagarde, presidente do BCE, prolongou o PEPP por mais nove meses, até março de 2022 – foi mesmo para coincidir com a consolidação da retoma económica.
O défice e o endividamento vão fazer subir as ‘yields’ portuguesas?
Pouco provável, pelo menos até à parte final do ano. Ao contrário do que aconteceu na última crise, de 2011, o problema não esteve centrado nas dívidas soberanas e as autoridades monetárias foram rápidas e lançaram vários estímulos para controlar os custo do financiamento, garantir a liquidez e, dessa forma, oferecer estabilidade aos mercados.
![](https://leitor.jornaleconomico.pt/assets/uploads/artigos/dinheiro_euro_3110-925x578.jpg)