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Sem fronteiras

Muitos associam, há muito, Maria João ao Jazz. Mas, nos últimos anos, a sua aproximação ao mundo sonoro eletrónico tem sido uma realidade.

Muitos associam, há muito, Maria João ao Jazz. Mas, nos últimos anos, a sua aproximação ao mundo sonoro eletrónico tem sido uma realidade. Tudo encontramos neste projeto Ogre Electronic e neste disco “Open your mouth” (CD Espuma Preta). A sua voz molda-se perfeitamente a estas fronteiras novas, é distorcida por elas e reencontra-se com canções onde nos fala da liberdade. Daquela que a nossa boca expõe quando a abrimos (“saberia falar se tivesse voz, poderia contar se tivesse mãos, cotovelos se tivesse braços, companhia se tivesse irmãos”, canta em “Respiros”). Este disco é um espaço de libertação em termos sonoros, onde a descoberta de novos territórios se cruza com a vertigem vocal de uma cantora que brinca com estéticas como se estas fossem um puzzle. É isso que nos surpreende e empolga. A voz de Maria João modela-se e reconstrói os sons (“Acute Angles” é um exemplo perfeito disso). Com João Farinha, André Nascimento e Silvan Strauss, sem abdicar totalmente do jazz, aventura-se num novo mundo próximo do hip-hop onde se fazem experiências como se buscasse a inalcançável alquimia perfeita. Mas não é isso que importa.Interessa é experimentar. E é isso que Maria João faz com brilhantismo.

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