A Associação Nacional dos Centros de Abate de Veículos (ANCAV) nasceu em 2019, fruto da necessidade identificada por muitos centros em se sentirem representados junto das instituições nacionais.
Isto traduz-se num caso prático premenete, que é a necessidade de fiscalização do setor, para limitar a expansão do mercado paralelo de peças de automóveis reutilizadas, que vale quase tanto como o legítimo.
“Nós acreditamos que é necessário que haja uma efetiva fiscalização no que diz respeito às plataformas online, para que, de uma vez por todas, não tenhamos tantas peças do mercado paralelo”, afirma Vítor Pereira, presidente da ANCAV ao Jornal Económico(JE).
Os dados mais recentes mostram que o mercado das peças reutilizadas ronda os 50 milhões de euros por ano, o regulado, legítimo. Para o mercado paralelo não há dados, contudo a associação estima que este valha “entre 40 e 50 milhões de euros”.
Vítor Pereira explica que há legislação para ajudar nesta fiscalização. “Há legislação que diz que é proibida a venda de peças que não sejam acompanhadas do número de licença e do nome do comprador da peça”, se tudo for cumprido “todas as peças que estão nas diversas plataformas de venda devem conter esta informação”.
“Eu diria que não é preciso ter um polícia em cada porta, basta fazer com que quatro ou cinco plataformas eletrónicas cumpram com isto”, refere. O presidente da ANCAV salientando ainda que há plataformas que cumprem com isto.
O mercado de peças reutilizadas tem crescido acima dos 10%, impulsionado por uma “perceção positiva por parte do público” para estas peças, que são “uma solução ambiental, económica e social”. Contudo, Vítor Pereira salienta que “ainda há um longo caminho a percorrer”.
Anualmente estima-se que os centros de abate reutilizem cerca de 800 mil peças, sendo que aproximadamente 30% destas são para exportação.
Para o presidente da ANCAV as peças usadas e reutilizadas “não vão substituir as peças novas. O nosso intuito é que se existe disponibilidade no mercado, e uma boa peça verde, então que se utilize essa”.
Mercado ilegal de peças vale quase metade do legítimo
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Associação de centros de abate de carros pede fiscalização eficaz, porque o mercado regulado vale 50 milhões de euros, mas o ilegal não fica muito atrás, superando os 40 milhões.