Skip to main content

Fundo francês Antin põe à venda Indaqua e contrata bancos

A Antin Infrastructure Partners contratou o Société Générale para o assessorar na venda do maior operador privado de concessões municipais de água em Portugal.

A Antin Infrastructure Partners – empresa francesa que gere fundos de private equity que investem em infraestruturas – contratou o Société Générale para a assessorar na venda da Indaqua, o maior operador privado de concessões municipais de água em Portugal. Há ainda um segundo banco de investimento no processo de venda que, segundo as nossas fontes é o Citi.
O processo competitivo de venda está agora a dar os primeiros passos pelo que ainda não houve convites formais a potenciais investidores, sendo que este é um negócio que interessa aos grandes fundos de infraestruturas, até pelos valores envolvidos.
Apesar de ainda não haver dados recentes, na última tentativa de venda que falhou, em 2023, o valor da Indaqua rondava os 800 milhões de euros, e incluía também a compra da Plainwater (empresa que opera no setor de abastecimento de água, recolha e tratamento de águas residuais) detida pela Indaqua. Nada indica que este valor tenha baixado, bem pelo contrário, Até porque a Indaqua tem feito aquisições.
Em fevereiro deste ano a empresa portuguesa liderada por Pedro Perdigão concluiu a aquisição da espanhola Hidrogestión à Cobra IS, filial do grupo Vinci. O negócio, cujo valor não foi divulgado, ocorreu apenas dois anos após a entrada no setor do abastecimento de água espanhol com a compra da Fusosa.
O Jornal Económico contactou a Indaqua e a Antin Infrastructure Partners e não obteve respostas.
Esta não é a primeira tentativa de venda da Indaqua pelo fundo Antin. Em 2023 o fundo Equitix esteve em negociações exclusivas para adquirir a Indaqua à Antin Infrastructure Partners, num negócio avaliado em cerca de 800 milhões de euros. Mas, o fundo britânico especializado no setor das infraestruturas que estava em negociações exclusivas para comprar a empresa portuguesa desistiu, após não ter conseguido levantar o capital suficiente para concretizar o valor pedido pelo vendedor.
A maior operadora privada no setor da água em Portugal já foi detida pela Mota-Engil, que, em 2016, vendeu por 60 milhões de euros a sua posição à empresa israelo-americana Miya Waters, por sua vez controlada, a partir de 2019, pelo fundo de private equity Bridgepoint, até ser adquirida pelo fundo da Antin Infrastructure Partners, em setembro de 2020. Na altura o fundo francês pagou ao fundo BridgePoint 625 milhões de euros.
A concretizar-se esta operação será assim a quarta vez que a Indaqua é transacionada no espaço de nove anos.
Muito antes, a então construtora Soares da Costa (que entretanto faliu), chegou a ter uma participação de 28,7% na Indaqua que vendeu em 2014 à alemã Talanx, do grupo segurador HDI, por 29,41 milhões de euros. Na altura em que a Mota-Engil era a maior acionista.
Fundado em 1994, o Grupo Indaqua é líder na gestão de sistemas de abastecimento de água para consumo humano e de saneamento de águas residuais, e o maior operador no universo das concessões municipais em Portugal, onde serve mais de 810 mil pessoas.
A Antin Infrastructure Partners gere sete fundos que investem em infraestruturas na Europa e na América do Norte, com foco nos setores da energia e ambiente, digital, transportes e social, com o objetivo de gerar retornos atrativos ajustados ao risco para os investidores.
Este ano, em setembro, a Antin Infrastructure Partners assinou um acordo vinculativo para adquirir a Aquavista Watersides & Marinas, o maior fornecedor de infraestruturas de marinas do Reino Unido.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico