António Leitão Amaro deixou duras críticas ao Governo e às propostas apresentadas no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).
As declarações do vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD) foram feitas durante a conferência "Orçamento do Estado 2024", organizada pelo JE e EY, que decorreu esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, na qual defendeu que "este não é o Orçamento de que o país precisaria e era possível ser diferente".
"É dececionante e triste assistir a um documento que é uma confissão de desistência. 1,5% de crescimento no ano de 2024, a continuação do arrastar de Portugal para a cauda da Europa. No próximo ano vamos voltar a ser ultrapassados. Pelos vistos, há sempre alguém a fazer melhor que nós nas suas políticas públicas", referiu.
O social-democrata salientou, durante o painel "É este o Orçamento de que o país precisa?" que, ao mesmo tempo que essa ultrapassagem acontece, o país prossegue numa acelerada destruição do Estado social.
"Olhar para um Orçamento que não resolve o problema fundamental da criação de riqueza, que captura uma parte cada vez maior do rendimento dos portugueses, para entregar um serviço cada vez pior e isso continuar assim é confrangedor. É o sinal de uma falta de ambição que nós não podemos aceitar", sublinhou.
António Leitão Amaro traçou um paralelismo entre a importância da redução da dívida pública e a condição física do ser humano. "Quando encontramos uma pessoa que está magrinha, isso significa necessariamente um bom sinal? Depende, é a resposta. A pessoa pode estar a comer bem e exercitar-se, ou pode estar a passar fome, ou doente", realçou, acrescentando que Portugal chegou a esta situação não por estar saudável, "mas por uma combinação de espremer impostos cada vez mais altos, diminuir para valores historicamente baixos o investimento público e um aumento da despesa corrente sem que isso corresponda a uma melhoria do serviço público".
O vice-presidente do PSD apontou também baterias a António Costa, que acusa de estar a convencer os portugueses, ano após ano, a pagar mais para receber menos. "O sinal que o Governo está a dar é que o Estado não é um sítio atrativo. Era possível e necessário reduzir o IRC de forma transversal", afirmou.
A finalizar, António Leitão Amaro deixou também uma nota para a habitação, considerando que perante a crise que o sector atravessa deveria ser feita uma redução transitória durante um período de seis ou sete anos do IVA para a taxa mínima em toda a reabilitação e construção.