Portugal levou à Expo 2025 em Osaka, no Japão, o tema dos oceanos. “Oceano, Diálogo Azul”. Faz sentido por causa da economia azul, pelo futuro que encerra e pela história, porque foi assim que o país ligou a Europa ao mundo.
Foi uma aposta ganha. O Pavilhão de Portugal foi distinguido com três prémios na competição internacional World Expolympics, organizada pela Experiential Design Authority, sublinhando o sucesso de uma aposta temática que coloca o oceano no centro da diplomacia cultural e da identidade nacional.
Para o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, “Portugal fez uma aposta certeira ao eleger o oceano como tema central” e estes galardões refletem uma resposta clara aos desafios globais da sustentabilidade.
O Pavilhão de Portugal, projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, integra, segundo a organização, estruturas com cordas suspensas e redes recicladas, criando um espaço permeável que interage com luz, vento e natureza.
Ao Jornal Económico (JE), o secretário-geral do Fórum Oceano, Ruben Eiras, faz um balanço “muito positivo” da iniciativa. “Tivemos uma média de 10 mil visitantes por dia na Semana do Mar que organizamos com a AICEP, a DGPM e a Docapesca”.
Desde a inauguração, já recebeu cerca de dois milhões de visitantes, mobilizou mais de 460 entidades, promoveu mais de 360 eventos e acolheu figuras de relevo, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
Não foram só visitantes, teve resultados práticos que podem acrescentara o desenvolvimento de projetos. O Fórum Oceano começou a negociar um programa de intercâmbio de startups portuguesas e japonesas com o Marine Open Innovation Institute, o cluster da economia azul do Japão, baseado em Shizuoka, e com a Prefeitura de Hiroxima. Na fileira da indústria do pescado, a Docapesca, em articulação com o Fórum Oceano, mobilizou 15 empresas portuguesas e a Associação Nacional da Indústria Conserveira para reuniões de negócio com empresas japonesas. A Tokyo Gaz mostrou que a parceria com a Ocean Winds, que desenvolve projetos de energia eólica off-shore, é para durar, pois apresentou as novas frentes de desenvolvimento do Windfloat Atlantic. A ARDITI, da Região Autónoma da Madeira, reuniu com a JAMSTEC, o maior centro de tecnologia marinha do Japão, o qual desenvolveu um drone subaquático com capacidade de mergulho até aos 8.000 metros.
A Expo 2025 de Osaka, Kansai, no Japão, teve início a 13 de abril e decorre até 13 de outubro, tendo por tema “Designing Future Society for Our Lives” (projetar a sociedade do futuro para as nossas vidas). O evento pretende reunir participantes do mundo inteiro — Estados, organizações, empresas, ONG e cidadãos — para refletir e propor soluções inovadoras que respondam aos grandes desafios globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O recinto está situado na ilha artificial de Yumeshima, na baía de Osaka, onde mais de 150 países e cerca de 25 organizações internacionais expõem suas visões, tecnologias e projetos para o futuro. Estima-se que o evento atraia 28,2 milhões de visitantes.
Oceanos como aposta histórica com futuro
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Portugal levou os oceanos como tema à Expo2025, e emergiu como um ator que soube conjugar identidade marítima, inovação sustentável e diplomacia cultural.