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O grande salto em frente das renováveis em Portugal

País vai ganhar mais 25% de energia solar e eólica até ao final de 2026, num total de mais 3 gigawats. Portugal prepara-se para o maior aumento anual de potência renovável em 30 anos.

Portugal prepara-se para dar o grande salto em frente nas energias renováveis. O país deverá ganhar mais 3 gigawatts de energia solar e eólica até ao final de 2026. Isto representa o consumo anual de mais de 2,6 milhões de famílias.
São mais 25% de potência eólica e solar face aos 12,3 gigawatts de sol e vento que o país regista atualmente. A nova potência também inclui já baterias que são consideradas essenciais para a nova vaga renovável, uma espécie de canivete suíço para o setor, capaz de resolver vários dos problemas atuais, como excesso de produção em horas de menor consumo, o que atira os preços para níveis baixos.
A confirmar-se, será o maior aumento anual de potência renovável no espaço de 30 anos.
A meta foi anunciada pelo secretário de Estado da Energia na quinta-feira na conferência anual da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).
Jean Barroca também revelou que a Direção-Geral de Energia (DGEG) conta com 23 gigawatts de pedidos de reserva de capacidade de rede (TRC) por parte de promotores.
“Se todos os pedidos forem concretizados até 2030, conseguiremos alcançar os objetivos do PNEC”, afirmou o governante, referindo-se ao roteiro nacional das renováveis, o Plano Nacional de Energia e Clima 2030.
“É agora necessário assegurar que os títulos se convertem em capacidade instalada ao ritmo necessário. OPNEC não é uma receita única, o que conta não e cumprir a lista específica de tecnologias, mas os objetivos de renováveis e descarbonização”, acrescentou Jean Barroca.
O total de energias renováveis no país atinge atualmente 21,4 gigas, com a hídrica a pesar 8,2 gigas. Entre 2016 e agosto de 2025, as tecnologias com maior crescimento em potência instalada em Portugal foram a solar fotovoltaica com 5,8 gigas e a hídrica com 1,4 gigas, segundo os dados da DGEG, com a potência solar a superar já a eólica. A energia solar registava 500 MW em 2016 e atinge agora 6,3 gigas. E com vários avanços anuais de peso pelo meio: entre 2022/2023, cresceu 1,2 gigas; entre 2023/2024, cresceu 1,8 gigas. Do total de energia solar instalada, 3,4 gigas são centrais convencionais, com 2,3 gigas a serem de UPAC (Unidade de Produção de Autoconsumo).
O secretário de Estado também anunciou que vai passar a exigir mais “transparência de dados” com “obrigações de reporte da DGEG e dos operadores de rede relativamente ao ponto de situação destes projetos”.
“Está a ser realizado levantamento do histórico que permitirá comunicar dados mais precisos com detalhe trimestral e por tecnologia” para um “melhor conhecimento dos projetos e prazos e assegurar que existe compromisso e previsibilidade com os mesmos”, acrescentou Jean Barroca.
O responsável também anunciou que foi realizado uma “última prorrogação de prazos, aplicável a todos os regimes de ligação, através de novo despacho”, que ainda está para ser publicado.
“Reconhecemos fatores que justificam o alargamento destes prazos, mas deixamos claro que não serão realizadas novas prorrogações para dar maior visibilidade em colocação de mercado”, concluiu Jean Barroca no discurso na APREN.

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