A Explorer Investments, gerida por Elizabeth Rothfield, acaba de vender três dos ativos do Fundo III – constituído em 2009 com um valor de 135 milhões de euros – por 405 milhões. O fundo de private equity vendeu as empresas Espaço Casa, Grestel e Grupo Totalmedia e triplicou o retorno do investimento aos donos do fundo – investidores institucionais e o FEI (Fundo Europeu de Investimento).
“A Explorer triplicou o montante investido pelo Fundo Explorer III com a venda” destes ativos, disse ao Jornal Económico a presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Explorers, Elizabeth Rothfield, que sucedeu no cargo a Rodrigo Guimarães, que morreu no início deste ano.
O Fundo III vendeu três dos quatro ativos aos gestores das respectivas empresas. As vendas foram individuais e não em portefólio. Em duas das empresas, os acionistas minoritários recompraram a empresa à sociedade gestora e na terceira a venda foi feita à gestão que tinha sido escolhida pela Explorer.
O Grupo Totalmedia foi alienado em outubro a um grupo de investidores privados, liderado pela atual equipa de gestão. O Fundo III detinha uma participação próxima dos 100% do capital. Esta empresa foi adquirida pelo Fundo Explorer III no fim de 2010. Entre 2010 e 2021, o Grupo Totalmédia adquiriu cinco empresas com negócios complementares em Portugal e Espanha e expandiu o seu principal negócio para o mercado espanhol, que representa atualmente cerca de metade do volume de vendas.
“O volume de vendas da empresa de logística e distribuição passou de cerca de 20 milhões em 2010 para mais de 95 milhões de euros em 2021”, diz a Explorer. O Grupo Totalmédia faz mais de 20 mil entregas diárias e opera mais de 50 centros logísticos na península ibérica e ilhas.
Os assessores na venda da Totalmédia foram a Greenhill (M&A), a PWC (Due Diligence Financeiro e Fiscal), a Luiz Gomes & Associados (Legal em Portugal), a Fieldfisher Jausas e Addwill (Legal em Espanha) e a BCG (Comercial).
A venda da Grestel – Produção e comercialização de loiça de grés, completou-se em julho, a uma parte da equipa de gestão liderada pelo acionista minoritário e CEO da empresa, Miguel Casal. O Fundo Explorer III detinha cerca de 70% da Grestel, que adquiriu em 2014. “Entre 2014 e 2021, a empresa mais que duplicou a sua capacidade produtiva, aumentou o peso das vendas de produtos de marca própria (Costa Nova e Casafina) e expandiu largamente a sua presença internacional”. No início de 2017, adquiriu um distribuidor a operar nos EUA, a CasaFina, para servir de apoio no crescimento dos produtos de marca própria e aumentar a sua exposição nos EUA. O volume de vendas passou de cerca de 12 milhões em 2014 para mais de 27 milhões em 2020.
Já este ano foi alienada uma posição de 62% da Espaço Casa – retalho de produtos para casa, que o fundo também comprou em 2014. As duas vendas foram assessoradas pela Luiz Gomes & Associados.
“O Fundo Explorer III, que atravessou um contexto económico muito desafiante, deu um retorno notável aos investidores e é prova da resiliência e do potencial das três empresas”, diz Elisabeth Rothfield.
A Explorer também fez o seu primeiro investimento no Fundo IV, através da aquisição de 70% da Micronipol, uma das empresas líderes de reciclagem de plásticos em Portugal. O fundo tem um objetivo de captar 100 milhões de investimento e adquirir sete a nove empresas até 2024, de vários sectores. A Micronipol prevê fechar 2021 com um volume de negócios de cerca de 11 milhões. Os assessores da Explorer na aquisição foram a KPMG (M&A, Due Diligence Financeiro e Fiscal), PLMJ (Legal), ISQ e ERM (Operacional e Ambiental).
A Explorer gere seis fundos e é advisory em três, entre eles o Discovery, que é um fundo de reestruturação da banca.