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A gestora que transforma desafios em resultados

Construiu uma carreira a pulso em Portugal, tem duas filhas gémeas e gosta de objetivos ambiciosos. Numa indústria tradicionalmente masculina reuniu os ingredientes certos para atingir o topo: foco nos resultados, comunicação assertiva e ousadia.

Numa altura em que a Inteligência Artificial está a transformar o setor bancário, indústria fortemente regulada, Isabel Guerreiro — engenheira informática e a primeira mulher a liderar um grande banco em Portugal — conhece bem o terreno. Ela ajudou o Santander Portugal a aumentar a base de clientes digitais, acompanhou de perto a integração de tecnologias emergentes e alargou a oferta de soluções de pagamento em qualquer dispositivo móvel. Também renovou o perfil das contratações (menos quadros da área de business e mais profissionais do setor digital) e apostou em serviços inovadores que permitem reduzir em metade o tempo médio para contratação de um crédito ou a automação de tarefas através da robótica. Com 53 anos e no Santander desde 2005, é atualmente administradora executiva e vice-presidente da comissão executiva, tendo sido nomeada Responsável Digital da Europa em 2020, liderando a agenda digital do Grupo.
Ao longo da carreira, a gestora demonstrou capacidade de liderança em contextos exigentes, conciliando visão estratégica e eficiência operacional. “É vista como uma profissional de perfil analítico, orientada para resultados, comunicação assertiva e grande dinamismo”, diz uma fonte próxima ao Jornal Económico.
Antes de entrar no Santander trabalhou na Novabase (onde evoluiu de programadora a senior manager) e, pelo meio, casou e teve duas filhas gémeas. Nessa altura, a exercer o cargo de diretora de unidade na tecnológica, decidiu candidatar-se ao MBA do Insead, em França, onde foi aceite e pediu uma licença sem vencimento. Depois do curso, regressou a Portugal com uma visão mais ampla do mundo corporativo. “Valoriza muito o trabalho de equipa e acredita que é assim que se consegue chegar mais longe. Todas as opiniões contam, mesmo as que são diferentes”, acrescenta outra fonte ao Jornal Económico.
Consciente dos desafios que as mulheres enfrentam no mundo profissional, reconhece que viver o dia-a-dia numa indústria tradicionalmente masculina é muitas vezes um desafio. “Felizmente nos últimos anos tem havido uma evolução assinalável em todos os sentidos. Hoje, o género, a orientação sexual, religiosa ou política de cada um de nós é cada vez menos relevante para determinar as oportunidades de alguém”, disse a gestora do Santander num vídeo sobre a importância de se assinalar o Dia Internacional da Mulher e o compromisso do banco com a igualdade de género.
Isabel Guerreiro soma 20 anos de carreira no Santander e desde então tem demonstrado uma trajetória marcada por desafios superados. Durante estes anos, assumiu a responsabilidade pelos canais de venda direta e foi nomeada responsável pela área digital da Europa no Grupo Santander — funções que acumulou com a de membro não executivo do board do Santander Polónia e com a Comissão Executiva do Santander Portugal.
É licenciada em Engenharia Informática e de Computadores pelo Instituto Superior Técnico (onde também deu aulas) e frequentou ainda outras escolas de negócios de prestígio, como Stanford, Harvard e Wharton. A sua nomeação para CEO representa um marco na liderança feminina no setor bancário.

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