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TAP com prejuízos de 628 milhões de euros até setembro

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o EBITDA recorrente da TAP no terceiro trimestre foi positivo. Custos com pessoal subiram 11% face ao trimestre anterior, apesar da saída de 114 trabalhadores.

A TAP (Transportes Aéreos Portugueses) anunciou uma melhoria dos prejuízos do terceiro trimestre de 2021 e dos resultados negativos acumulados dos nove meses até 30 de setembro de 2021.

Apesar de alguma recuperação no negócio da aviação no Verão, que se traduziu num aumento do número de passageiros transportados, a TAP apresentou um resultado líquido negativo de 627,6 milhões acumulados até setembro de 2021 (melhorando 10,4% em termos homólogos) e de 134,5 milhões no terceiro trimestre.

A empresa, que continua a aguardar a aprovação em Bruxelas do plano de restruturação do grupo, revelou que as receitas dos nove meses foram marcadas pela recuperação do tráfego de Verão, que ainda assim ficou 67% abaixo de 2019, com o Brasil a abrir as fronteiras apenas no início de setembro. Apenas em novembro reabriram os voos comerciais dos EUA. Desta forma, o total de receitas operacionais alcançaram 826,8 milhões, ligeiramente abaixo em 1,7% quando comparado com o mesmo período (nove meses) em 2020. Para este resultado contribuiu o decréscimo em receitas de passageiros de 91,2 milhões (-13%), parcialmente compensado pelo segmento de carga e correio, que aumentou 81,9 milhões (+102,8% num ano). O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) aumentou em 106,0 milhões, mas ainda está negativo em 75,2 milhões.

No que toca ao 3º trimestre, o resultado líquido foi negativo em 134,5 milhões de euros, o que traduz um ligeiro decréscimo de 6,4 milhões quando comparado com o 2º trimestre, devido a “um forte impacto negativo na demonstração de resultados das diferenças cambiais, sendo a maior parte sem impacto em caixa”.

“A posição de caixa e equivalentes era de 397,6 milhões de euros a 30 de setembro”, diz a TAP.
O EBITDA recorrente (sem itens extraordinários) foi positivo no 3º trimestre, pela primeira vez desde o início da pandemia de Covid-19. “O EBITDA recorrente registou um valor positivo de 65,6 milhões no 3º trimestre”, revela a empresa. Os prejuízos do 3º trimestre foram os que mais pesaram no resultado líquido negativo dos nove meses de 627,6 milhões da empresa liderada por Christine Ourmières-Widener.

O prejuízo da TAP até setembro, ainda assim, representa uma melhoria de 73 milhões quando comparado com o período homólogo, altura em que os resultados negativos foram de 700,6 milhões.

A companhia apresentou um crescimento de 127% no número de passageiros no 3º trimestre (para 2,107 milhões) quando comparado com o trimestre anterior. Face ao mesmo trimestre de 2020, quando a aviação comercial estava praticamente parada, a TAPregistou mais 144,7% de passageiros transportados.

Mas ao olhar para o conjunto dos primeiros nove meses do ano, a TAP transportou menos 434 mil passageiros do que no período homólogo. Isto é, 3,428 milhões em setembro de 2021 contra 3,862 milhões até setembro de 2020. O crescimento do número de passageiros no 3º trimestre levou a um crescimento de 90,3% das receitas face ao trimestre anterior, para os 443,7 milhões.

Enquanto as receitas quase duplicaram, os custos operacionais alcançaram 489,5 milhões o que mostra um aumento modesto de +27,9% quando comparados com o 2º trimestre. Este aumento é maioritariamente explicado pelos custos com combustíveis e custos de tráfego das operações que aumentaram +71,4% e +76,1% respetivamente. Nos custos com pessoal, e apesar da saída de 114 trabalhadores no trimestre, verificou-se uma subida de 11,7%, um crescimento que a TAPatribui “aos custos variáveis em resultado da recuperação da atividade”.

A maioria das saídas de colaboradores este trimestre foram voluntárias mas também houve saídas no contexto do despedimento coletivo. 

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