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Grenke Portugal prevê faturar 90 milhões em 2021

Após uma queda de 20% em 2020 devido à pandemia, André Mesquita acredita na retoma e defende que o ‘renting’ e o ‘factoring’ são boas soluções para enfrentar o fim das moratórias.

A Grenke Portugal, que opera nas áreas do renting e do factoring, estima encerrar o presente exercício com uma faturação de cerca de 90 milhões de euros, iniciando a recuperação pós-pandemia. Atualmente, a empresa conta com 57 profisionais distribuídos por cinco escritórios (Lisboa, Porto, Leiria e Oeiras). “Apandemia teve um grande impacto na economia global. O negócio da Grenke está interligado com o crescimento da economia e das PME e o ambiente de incerteza que se gerou fez com que muitos investimentos fossem suspensos ou adiados. A Grenke Portugal registou [em 2020] uma quebra de cerca de 20% face aos número de 2019. Atualmente, registamos um número de solicitações diárias próximo dos resultados de 2019, o que indica uma maior confiança das PME em retomar investimentos”, assinala André Mesquita, diretor geral da Grenke Portugal, em entrevista exclusiva ao Jornal Económico.

Em Portugal, a Grenke começou como uma pequena empresa em 2008, com um escritório em Lisboa. Desde essa data, assegura já ter apoiado mais de 50 mil PME a renovarem a tecnologia das suas empresas para se tornarem mais competitivas e eficientes, tendo realizado mais de 77 mil contratos de locação. “A principal função da Grenke é contribuir para a produtividade e aceleração dos negócios dos nossos clientes e parceiros, através de um atendimento personalizado, rápido e simples em todos os processos. A Grenke Portugal oferece soluções de renting tecnológico através da Grenke Renting S.A. e soluções de factoring através do Grenke Bank AG – Sucursal em Portugal, renting para preservar os recursos do cliente e factoring para garantir que o mesmo tem sempre liquidez”, explica André Mesquita.

Sobre as perspetivas da Grenke Portugal para os próximos anos, este responsável explica que, “no primeiro semestre de 2021, a pandemia ainda teve um impacto grande na atividade económica”, acrescentando que, “apesar de se registar uma recuperação, esta ainda não é suficiente para retomar os resultados de 2019”. “Acreditamos que a partir de 2022 seja possível retomar os níveis de crescimento que vínhamos a registar antes da pandemia. O investimento na área digital e automatização é uma prioridade no grupo. Atualmente, mais de 50% dos nossos contratos são assinados digitalmente, contribuindo para o meio ambiente; estamos a automatizar processos de forma a tornar-nos mais eficientes, permitindo melhorar os níveis de serviço aos nossos clientes e parceiros de negócio”, adianta o diretor geral da Grenke Portugal.
“Na área de renting prevemos superar os 45 milhões de euros de equipamentos locados, representando 50% do volume. Na área de factoring, contamos superar os 45 milhões de euros em volume de créditos tomados”, revela.

O Grupo Grenke está atualmente representado em 32 países. Os países de menor dimensão, como é o caso de Portugal, “tendencialmente têm menos concorrentes a operar no mercado”. “Em operações de renting tecnológico de baixo valor (menos de 25 mil euros), somos líderes em Portugal. Por outro lado, considerando que 96% das empresas são micro, o potencial de mercado também é menor”, adianta André Mesquita.

O diretor geral da Grenke Portugal defende que “o renting e o factoring podem ser relevantes para ultrapassar o fim das moratórias”. “O renting, numa perspetiva de cliente empresarial que necessita de fazer investimentos para ter acesso a novas tecnologias de forma a reorganizar o seu modelo de negócio face às novas necessidades provocadas pela pandemia, é uma ferramenta que permite investir de forma segura e planeada, sem descapitalizações, através de rendas fixas, que são cobradas apenas quatro vezes ao ano. Ou seja, vai ter acesso às últimas tecnologias state of art para o seu sector, sem afetar o capital da sua empresa, sem diminuir a liquidez da mesma. Além disso, e ao contrário de outras soluções de crédito, o renting não aumenta a sua exposição ou endividamento junto do Banco de Portugal”, explica André Mesquita.
O mesmo responsável considera que, para os fornecedores de equipamentos, que também viram os seus negócios prejudicados pela pandemia pela falta de procura de novas tecnologias, “o renting também pode ser uma alavanca para recuperar as forças e enfrentar o futuro”. “A receção do valor dos equipamentos em 24 horas após a formalização do contrato permitir-lhes-á uma liquidez imediata para continuar a desenvolver o seu negócio e a procurar inovações para o seu leque de oferta de equipamentos tecnológicos. E, tendo em conta as vantagens do renting para clientes empresariais, esta solução pode ser encarada como uma ferramenta de vendas que permite concretizar negócios no imediato”, acentua.
O factoring é um produto de apoio à tesouraria de curto prazo das empresas que consiste na tomada de faturas emitidas a crédito por uma empresa aos seus clientes empresariais. No entender de André Mesquita, “este produto é composto por três vertentes distintas, cada uma delas com finalidade específica, que permitem tornar o factoring numa solução de excelência quer para cenários como o que atravessamos, mas também em climas economicamente positivos”.

No capítulo do financiamento, o diretor geral da Grenke Portugal destaca que “a possibilidade de emitir faturas e poder receber em 24 horas, independentemente do prazo concedido aos clientes, confere às empresas uma flexibilidade fundamental nos tempos que se aproximam”. “Os clientes vão necessitar de apoio para continuarem a conduzir os seus negócios e será perfeitamente natural que procurem fornecedores que lhes garantam maior flexibilidade na hora de cumprir os seus compromissos. Através do factoring, as empresas podem apoiar os seus clientes na concessão de prazos de pagamento mais alargados, sem que as suas tesourarias sofram por incapacidade de planeamento ou falta de liquidez. Desta forma, garantem a continuidade e o fluxo de vendas aos seus clientes, e garantem uma vantagem competitiva face a outras empresas que não tenham a capacidade de oferecer as mesmas vantagens”, salienta.

No domínio da cobrança, André Mesquita entende que “continuar a assegurar vendas é importante, mas receber é vital”. “No cenário que se aproxima, esta premissa ganha ainda mais relevância. Ao recorrer ao factoring, as empresas beneficiam de serviços de cobrança e gestão especializada que lhes permitem garantir que as suas faturas são pagas dentro dos prazos concedidos. As empresas garantem também uma redução de custos administrativos relacionados com os seus custos de cobrança”.

Quanto ao risco, “o acompanhamento dos níveis de risco de incumprimento associados às carteiras de clientes ganhará uma preponderância ainda maior nos próximos meses”. “Com o factoring, as empresas garantem uma observação permanente do risco associado aos seus clientes. As empresas estarão assim melhor informadas sobre sinais de alerta dentro do seu portefólio de clientes”, conclui André Mesquita. 

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