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“Nunca houve tanto capital para startups como agora”

João Mil-Homens, diretor de Inovação e Sustentabilidade do Grupo José de Mello, vê muitos mais unicórnios nacionais a surgirem nos próximos anos, mas pede mais ambição ao sector, que deve reconhecer a sua “capacidade incrível”.

O ecossistema nacional de startups é frequentemente dado como exemplo do melhor que se faz em Portugal ao nível da inovação e tecnologia e uma das provas disso é o número de unicórnios que os empresários do país conseguiram criar, refere João Mil-Homens, diretor de Inovação e Sustentabilidade do Grupo José de Mello. Ainda assim, o também responsável pelo Grow, o acelerador de startups do grupo, considera que o sector deveria ter uma melhor perceção de si próprio e das suas capacidades, por forma a olhar com mais confiança para os mercados internacionais e ultrapassar algumas barreiras que a dimensão da economia portuguesa coloca.

O Grow distinguiu, no passado dia 16, as duas melhores startups entre os pilotos desenvolvidos com as empresas do grupo, com quatro finalistas ligadas às áreas da saúde e da mobilidade. Entre estes projetos, que foram levados a cabo com a CUF e a Brisa (duas das marcas da José de Mello), a vencedora foi uma solução de saúde digital para fisioterapia, a Clynx, que se destaca pelos exercícios de reabilitação baseados em jogos. Este poder de inovação, defende João Mil-Homens ao JE, é uma das vantagens que traz aos grandes grupos o contacto com startups, sendo que a relação é, claro, benéfica para ambas as partes.

“Estas startups, quando vêm apresentar as suas soluções, dão-nos acesso não só a novas tecnologias e novas tendências, como a novas pessoas com novas formas de pensar”, afirma, lembrando também o “sentido de urgência” que a agilidade com que operam estas empresas incute nos grandes grupos, por vezes vistos como “os grandes navios que demoram muito tempo a virar”.

Do lado das startups, o feedback também tem sido positivo, mesmo quando os resultados dos pilotos não são tão positivos como os quatro finalistas dos prémios de inovação do programa. Ao serem selecionadas para os projetos do Grow, as empresas têm a possibilidade de, por um lado, aceder ao “conhecimento, experiência e infraestrutura” do grupo, mas também de testar as suas soluções, o que permite a algumas perceber “que [a sua solução] não estava preparada ou que o modelo de negócio não era o mais adequado e esse falhanço acabou por ser um enorme sucesso pelo qual ficaram muito gratos”, explica.

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