Skip to main content

Medina e renovação da bancada dependem da “quota de Costa”

Ex-presidente da Câmara de Lisboa pode entrar nas listas em trânsito para o eventual futuro executivo. Edite Estrela é escolha mais provável para presidir à Assembleia da República em caso de vitória socialista.

Com a reunião decisiva da Comissão Política doPS marcada para a noite de segunda-feira, todos os caminhos da próxima bancada parlamentar irão dar a Lisboa, ficando esclarecidas todas as dúvidas quanto ao efeito que o secretário--geral terá na definição das listas de candidatos às legislativas de 30 de janeiro de 2022. Estará nas mãos de AntónioCosta definir se Fernando Medina volta à ribalta após a surpreendente derrota autárquica em Lisboa e até que ponto haverá renovação geracional entre os deputados do PS.

Ao que o JornalEconómico apurou, a decisão quanto à inclusão de Medina na lista de deputados pelo maior círculo eleitoral será deixada para AntónioCosta, que tem a seu cargo um terço das escolhas, naquilo que é designado como quota nacional. Mas ninguém espera que, a concretizar-se a candidatura do derrotado por Carlos Moedas, este venha assumir o mandato. Deverá em vez disso integrar um futuro executivo socialista após ter sido secretário de Estado doEmprego e da Formação Profissional e secretário de Estado da Indústria e Desenvolvimento quando José Sócrates era primeiro-ministro.

Também na quota nacional podem alguns históricos escapar ao desejo de rejuvenescimento do grupo parlamentar que muitos assumem no partido. Afinal, entre os deputados que terminaram a legislatura interrompida pelo chumbo da proposta de Orçamento doEstado para 2022 e pela dissolução da Assembleia da República, todos os septuagenários (tirando o líder comunista Jerónimo de Sousa) foram eleitos pelo PS.

O presidente da Assembleia da República, EduardoFerroRodrigues, de 71 anos, já anunciou que não se recandidata - tal como também foi dito por Jorge Lacão, quatro anos mais novo -, mas está garantido que o decano do Parlamento, Alexandre Quintanilha, continua na lista do Porto, por si encabeçada nas últimas eleições. E também é muito provável que Maria da Luz Rosinha volte a ser deputada por Lisboa, tal como é praticamente certo que continue Edite Estrela, ‘convencida’ pela honra de ser a provável futura segunda figura de Estado - sendo a alternativa na sucessão de FerroRodrigues o presidente do Conselho Económico e Social, FranciscoAssis, que deve ser candidato por Braga e cujo ‘centrismo’ será apropriado caso os resultados eleitorais aproximem o PSde Costa do PSDde Rio -, enquanto o peso de JoaquimBarreto na distrital de Braga também pode mantê-lo em SãoBento. A caminho da ‘jubilação’ estarão outros veteranos, incluindo o ex-ministro da Agricultura Capoulas Santos, o vereador da Câmara de Santarém ManuelAfonso e ainda Jorge Gomes (Bragança), Santinho Pacheco (Guarda) ou Maria Joaquina Matos (Faro).

Ministros continuam em peso
Com as reuniões das federações a decorrer ao longo da semana, confirmou-se que vários ministros permanecerão em lugares destacados. Marta Temido (Saúde) volta a ser cabeça de lista por Coimbra, Pedro NunoSantos (Infraestruturas) vai por Aveiro, TiagoBrandãoRodrigues (Educação) mantém-se em Viana doCastelo, Ana Mendes Godinho (Trabalho) na Guarda e Alexandra Leitão (ModernizaçãoAdministrativa) emSantarém, juntando-se-lhes Ana Abrunhosa (CoesãoTerritorial). De saída estão EduardoCabrita, que se demitiu de ministro da AdministraçãoInterna, e a sua substituta (em acumulação com a a Justiça), Francisca van Dunem.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico