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Falhas no controlo de fronteiras põem em risco hub da TAP

Alerta é de Cristina Siza Vieira, que rotula o caos que se regista no Aeroporto de Lisboa como uma “péssima notícia” e “uma experiência fortemente negativa” para o turismo.

Onovo sistema europeu de controlo de fronteiras para cidadãos extracomunitários tem provocado vários constrangimentos no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, ameaçando o turismo.
“É uma péssima notícia” para o turismo e pode colocar em risco o hub da TAP, diz Cristina Siza Vieira, vice-presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que classifica este cenário como “uma experiência fortemente negativa” para o setor.
“Coloca em risco o turismo”, diz. “Estão-se a perder ligações”, reforça.
Siza Vieira abordou a questão durante a apresentação do inquérito sobre o balanço de verão e perspetivas para o outono do setor hoteleiro, que são mais sombrias tendo em conta o caos que se vive na principal porta de entrada no país.
Através deste novo sistema, as entradas e saídas dos viajantes de países terceiros passam a ser registadas eletronicamente, com indicação da data, hora e posto de fronteira, substituindo os tradicionais carimbos nos passaportes.
Uma situação que a própria Polícia de Segurança Pública (PSP) reconheceu ter provocado “um dia crítico”, a 14 de outubro, no aeroporto de Lisboa, com os passageiros fora da União Europeia (UE) a esperarem mais de 90 minutos nas partidas e chegadas, colocando-os em risco.
Com o Governo português a manifestar o desejo de colocar o turismo no top-10 dos destinos mundiais, Cristina Siza Vieira considera que é preciso olhar com realismo para o problema nas entradas no aeroporto de Lisboa. até porque realça ”ser o décimo ou estarmos entre os dez principais destinos turísticos do mundo, traz uma responsabilidade acrescida”.
Cristina Siza Vieira acredita que o país tem por onde crescer no interior, numa altura em que Portugal já é o 12.º destino, segundo o ranking do Turismo do Fórum Económico Mundial.
Contudo, entende que não é por aí que “teremos de dar saltos estratosféricos”.
À frente de Portugal na corrida ao top-10 mundial do turismo estão o Canadá e a Suíça, dois países que a vice-presidente da AHP sublinha que “não são em termos de comparação, os nossos principais concorrentes”. No entanto, Cristina Siza Vieira assume que para Portugal estar no top-10 dos destinos mundiais é “algo que faz todo o sentido”.
Em setembro, o ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, reiterou que para Portugal estar entre os dez destinos mundiais do turismo “preciso de gerar riqueza, pôr mais dinheiro no bolso das pessoas e o turismo tem um papel fundamental”.
Para o governante, há potencial turístico por todo o país, no entanto, o do interior é menos óbvio e exige, por parte do Estado, mais investimento em infraestruturas e equipamentos.
“Não é preciso apoiar a construção de mais hotéis em Lisboa ou em Cascais. É preciso apoiar o desenvolvimento do turismo no interior do país”, afirmou.

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