Skip to main content

Angelini Pharma quer crescer dois milhões ao ano até 2028

Filial portuguesa liderada por Nuno Brás aposta no crescimento através da inovação, com foco na saúde do cérebro e epilepsia, em particular. Este ano vai faturar 52 milhões de euros.

Nuno Brás tem horizontes largos. “Vai haver crescimento”, afirma ao Jornal Económico. O objetivo para este ano estava traçada antes mesmo dele chegar, a 1 de abril, ao número 53 da Rua João Chagas em Linda-a-Velha. Vai cumpri-lo: o ano fechará com 52 milhões de de euros de volume de vendas, mais dois milhões do que no ano passado, diz.
As estimativas que o diretor geral (country manager) da Angelini Pharma Portugal avança ao JE essas, sim, já têm o seu cunho:“55 milhões de euros de vendas em 2026, 57 milhões em 2027 e 59 milhões em 2028”. Em cinco anos, a farmacêutica quer crescer nove milhões de euros, o que não andará longe dos 20%.
“Temos um plano estratégico a cumprir nos próximos anos que aposta na inovação, no trabalho com as especialidades médicas hospitalares com o foco na saúde do cérebro”, explica o gestor, de 53 anos, farmacêutico de formação, com carreira internacional no sector na Dinamarca, França, e em Espanha, com responsabilidades ibéricas.
No fundo, o que dele se pretende, o que está nas suas mãos concretizar é uma alteração da visão da companhia, para uma vertente de mais de inovação. “A companhia tem um perfil diferente daquele que tinha antes e quer ter um perfil ainda mais diferenciado nos próximos anos”, salienta.
Em Portugal, 54% do negócio da Angelini Pharma diz respeito a um conjunto de áreas que inclui medicamentos e suplementos e auto- consumo. O Tantum Verde, para a inflamação da boca e da garganta, e o Quitoso, a que qualquer mãe recorre para pôr cobro ao pesadelo de piolhos e lêndeas são, porventura, os mais emblemáticos. Os restantes 46% das vendas são na área da saúde do cérebro na qual estão incluídas a epilepsia e a depressão. A epilepsia representa cerca de 5% da faturação da empresa em Portugal.
É uma área nova. “O princípio de uma jornada”, como a define Nuno Brás. A Angelini Pharma tem como bandeira a saúde do cérebro, onde está há mais de 40 anos com foco na depressão, mas mais recentemente apostou nas doenças neurológicas, nomeadamente na epilepsia, para a qual lançou já um primeiro produto.
“O mais importante, neste momento, é o compromisso da companhia que, entretanto, fez três parcerias para continuar a investigar e comercializar produtos nesta área com outros players internacionais”, adianta o gestor. Inovação pura e dura em áreas de ponta, explica Nuno Brás:“Terapêuticas que não existem para colmatar uma necessidade médica ainda não atendida que são as epilepsias refratárias, algumas delas raras para as quais não há absolutamente nenhuma resposta no mercado”.
Angelini Pharma tem berço em Itália e matriz familiar. É uma empresa europeia, com diminuta presença no mercado norte-americano. No total, entre a casa-mãe e as filiais fatura 1,2 mil milhões de euros anuais.
As atividades na Península Ibérica remontam a 1979 com a compra do grupo Lepori de Barcelona. Portugal esteve, assim, na base da internacionalização, o que explica o peso desta filial e o seu portefólio de luxo.
Nuno Brás não perde de vista a tradição, estendendo-a à inovação. A empresa patrocinou um estudo inédito que deverá ajudar a fazer luz sobre a epilepsia em Portugal e colocar o problema na agenda.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico