O projeto Stone Cast quer investir 60 milhões de euros na extração, transformação e comercialização de mármores na zona de Vila Viçosa, Borba, Estremoz, Alandroal e Sousel. Este consórcio composto por mais de 50 empresas e instituições públicas e privadas, pretende desenvolver e criar valor naquela região do Alentejo, tendo por base um modelo de economia circular. Mas alavancado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tendo já apresentado a reespetiva candidatura.
“ Queremos transformar esta indústria, que tem um potencial tremendo, na qual mais de 50% daquilo que se produz é para exportar. A ideia é colocá-la a funcionar num paradigma completamente diferente de competitividade, num paradigma da indústria 4.0 e da economia circular”, ´declarou ao Jornal Económico (JE), José António Porfírio, coordenador deste projeto que aposta na inovação e sustentabilidade da indústria das rochas ornamentais.
“É um produto quase único no mundo e que tem características reconhecidas internacionalmente, reservas que dão para mais de 100 anos e que consideramos que não estão a ser valorizadas e exploradas conforme o seu potencial determina”, afirma.
Este sector tem um nível de aproveitamento em relação ao que é extraído na ordem dos 10% a 15%, ou seja, é extraído quase dez vezes mais daquilo que é produto efetivamente comercializado. “Isto significa que há aqui uma componente de resíduos que vai para as escombreiras”, sublinha, alertando também para as preocupações ambientais. José António Porfírio fala em transformar este risco numa oportunidade, através da promoção de “uma indústria de papel produzido a partir da pedra, que vai aproveitar uma parte significativa das escombreiras, promovendo simultaneamente uma terceira indústria que são as casas modelares” feitas também destes resíduos, realça.