Autor
Notícias
No domingo passado, Deus levou um homem muito especial que me marcou como poucos e que nunca esquecerei. Segunda-feira rumei à Igreja de São Gonçalo em Amarante para o ver a última vez e para estar com a família e alguns quadros do grupo mais próximos. Apesar de se saber que a sua doença era terminal, pairava naquela igreja uma profunda tristeza, a tristeza duma perda irreparável.
/
A sucessão em grupos familiares determina a sua sobrevivência, mas, ao mesmo tempo, fascina-nos porque mexe com uma dinastia e com o poderoso imaginário social associado – como numa monarquia quando é escolhido um novo rei ou uma nova rainha. Os maiores monarcas da História sabiam que criar riqueza ou conquistar território de nada valia sem um filho varão capaz de reforçar o legado da casa real – e foram sempre uma inspiração para empresas familiares.
/
São sete da tarde. Luís e Helena deixam a festa dos 80 anos da Cerâmicas O Triste Viúvo e arrancam para casa “Bolas Luís que seca, parece que nunca mais acabava”; “Tens razão Helena, estas festas são todas iguais. Ainda bem que vieste desta vez sempre tive companhia”; “Pois olha Luís garanto-te que esta vez foi a última, nem que seja o aniversário do Leo Di Caprio no iate dele em St Barth.”
/
As exigências da liderança empresarial têm o seu máximo expoente nas empresas familiares – preparar a sucessão, garantir harmonia no seio da Família, preservar a saúde do negócio ou potenciar o nome da Família como uma arma estratégica são disso bons exemplos. Mas antes há que atender aos atributos base de liderança, na minha opinião cinco: Visão, Comunicação, Integridade, Inteligência Emocional e Capacidade de Decisão.
/
A importância das empresas familiares é inquestionável, são a coluna vertebral de qualquer economia e Portugal não é exceção. Mas o universo é muito heterogéneo e ao lado dos campeões há um grupo expressivo que teima em viver no passado e acaba por ser um lastro ao conjunto. E não se pense que são pequenas ou microempresas, neste grupo retardatário dominam as médias empresas. Hoje, proponho perceber o outro lado do espelho – caraterizar o estereótipo destas empresas e avaliar como se poderiam transformar num ativo para o País.
/
A sucessão na liderança de uma empresa familiar é seguramente o elemento mais importante para a sua longevidade. Mas é tantas vezes deturpado pelo desprezo de regras básicas, pela gestão incipiente do processo, por requisitos de perfil do sucessor superficiais ou inexistentes... ou por se deixar que seja o coração a ditar o resultado final.
/
Ver mais