Abordando as novas restrições de combate à pandemia que entraram em vigor no início deste mês em Portugal continental, o primeiro-ministro António Costa afirmou que é da opinião que “todas as pessoas perceberam - os partidos políticos, os parceiros sociais e a sociedade em geral” que são “medidas bastante equilibradas, que procuram perturbar o mínimo possível o desenrolar de atividades”. “Não encerrámos atividades, estabelecimentos, não limitámos horários ou lotações, agora reforçámos foi as medidas de segurança para todo estarmos seguros com essas medidas”, referiu. Segundo o chefe do Executivo, o “reforço das medidas de segurança é também uma forma de dar confiança às pessoas” de que podem “continuar a manter a normalidade da frequência das atividades em maior segurança”.
António Costa mostrou-se confiante “que os portugueses irão aderir a estas normas”, apesar de o fazerem a “contragosto”, por terem “consciência da gravidade da situação” e porque sabem que, de forma a que o país saia “mais forte desta pandemia”, é necessário que “todos adiram as normas e restrições”. “Nesta fase, tendo em conta a evolução que acontece no conjunto da Europa, tendo em conta que há uma nova variante e que nos aproximamos cada vez mais da época do frio, que vamos estar todos mais juntos no Natal e no período das festas, é necessário reforçar as cautelas.”, considerou.
Teremos, então, mais uma vez, um Natal diferente, pautado pelos constragimentos e mudanças introduzidos pela pandemia. Será possível termos um Natal “normal” com o Covid? Teremos que nos adaptar e festejar de forma diferente.
O Natal é tempo de união, de reunir com a família e os amigos e de criar memórias sólidas, que fiquem para a vida. É também tempo de solidarieadade. Este ano, contudo, é preciso, tal como aconteceu no Natal de 2020, repensar as festas natalícias. Muitas famílias terão de comemorar com o núcleo familiar mais reduzido, em vez de em grandes grupos, ou até mesmo sozinhas.
Medidas necessárias
Em declarações à agência Lusa a propósito do alerta da Organização Mundial de Saúde, que se manifestou preocupada com o acelerar dos novos casos nalguns países da Europa, Miguel Castanho, investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, considera inevitável que se tenham de manter algumas medidas de proteção, reforçando eventualmente outras, sobretudo com o aproximar do Natal, quando a mobilidade das pessoas e os contactos aumentam.
“Vimos no Natal passado que este período é especialmente propício a contágios e à propagação do vírus. Não estamos na mesma situação, e não voltaremos a viver a mesma situação em termos de intensidade porque coincidiu com a entrada da variante do Reino Unido e porque já temos uma população bastante vacinada, mas é preciso atenção”, considerou.
Miguel Castanho insiste que é preciso aprender com o passado, sobretudo por causa das condições climatéricas e da cultura de Natal, em que há maior mobilidade e contactos entre as pessoas. “E isto é propício à propagação do vírus e a contágios”, insiste.