A sociedade de capital de risco 3 Comma Capital lançou o primeiro fundo de investimento em Portugal dedicado a criptoativos, exclusivamente destinado a clientes profissionais e gestores qualificados, mas equaciona também criar uma solução similar orientada para clientes de retalho.
O 3CC Global Crypto Fund é um fundo aberto e está investido em bitcoin e ether – as duas maiores moedas digitais do mercado, em capitalização – em que será concentrada a exposição. Também, em menor escala, em solana, a terceira moeda do mercado.
A própria 3 Comma Capital é a primeira investidora do fundo, que vai a caminho do milhão de euros em ativos sob gestão.
O peso de bitcoin na carteira do fundo é ligeiramente inferior ao seu peso no mercado. A maior das criptomoedas representa cerca de 60% do mercado, mas tem uma alocação entre 5% a 6% inferior no fundo, constituindo uma margem que é investida no reforço em ether, a segunda moeda do mercado e no fundo, e solana.
Os gestores do fundo usam como benchmark o CF Cryptocurrency Ultra Cap 5, que inclui as três criptomoedas em que estão investidos, mas também a XRP e a Cardano (a quarta e a quinta criptomoeda no mercado, por capitalização), nas quais o 3CC Global Crypto Fund não está investido, para já.
As regras anunciadas preveem que uma estratégia de alocação ativa dentro do universo de investimento, com um limite máximo de 25%, e uma exposição máxima fora do universo de investimento limitada a 10%, excluindo disponibilidades de caixa.
Adicionalmente, sempre que possível, o fundo procura participar nos mecanismos de consenso das blockchains a que está exposto, com o objetivo de maximizar o seu retorno total, o que é possível em ether e solana.
Também poderá investir em derivados, incluindo futuros e opções, para melhorar o desempenho e reduzir riscos de mercado.
O objetivo da gestão é bater o benchmark e, também, o retorno dos ETF [fundos de índices cotados] de bitcoin.
O 3CC Global Crypto Fund foi lançado em abril, mas o esforço de comercialização começará a ser feito dentro de dois meses, tendo como alvos family offices, private banking e gestoras de ativos.
“O Global Cripto pretende ser um fundo cuja arquitetura é exatamente igual à de um fundo de ações ou de obrigações, que permite a clientes, mais sofisticados ou não, terem acesso a este novo prémio de risco, a esta nova classe de ativos”, diz ao Jornal Económico Nuno Serafim, managing partner da 3 Comma Capital.