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O grande desafio é dar resposta à sociedade em mudança

A evolução demográfica e tudo o que com ela está relacionado é central para os seguros. A tecnologia ajuda a responder, mas é preciso mais.

Em 2050, um terço dos portugueses terá mais de 65 anos e a esperança média de vida nessa idade será superior a 85 anos (mais elevada nas mulheres). Portugal é dos países mais envelhecidos da Europa. “A esperança de vida saudável tenderá a estagnar, e isso coloca uma enorme pressão sobre os sistemas de saúde”, explicou Paulo Bracons, consultor e diretor do programa “Inovação e Transformação em Seguros” da Católica Lisbon, a quem coube iniciar os trabalhos e mapear os desafios da Seguros Summit. A evolução demográfica é um dos mais relevantes.
O setor segurador tem falado muito sobre longevidade, mas ainda fez pouco. Uma possível solução, que já começa a estar na estratégia de algumas seguradoras, é a maior presença destas na verticalização da cadeia de valor em saúde. Paulo Bracons diz que, assim, os desafios têm um contexto muito específico: velocidade da inovação, gestão de dados e ética, explosão de dados pessoais, de saúde e de comportamento; cibersegurança, integração de legacy systems, talento e cultura digital, alterações comportamentais dos consumidores; ausência de uma abordagem tecnológica estruturada.
A literacia financeira também está ligada a este movimento e é um desafio fundamental. Bracons aponta que menos de 40% dos portugueses têm uma noção clara do funcionamento dos seguros e que isso tem de mudar, para se enfrentar o desafio demográfico, os crescentes custos da saúde e o pension gap.
Por outro lado, os desafios da regulação estão num contexto de transição. Portugal tem uma regulação/supervisão de seguros independente, exemplar, sólida, mas ainda muito orientada pelo cumprimento rigoroso dos normativos.
A carga de reporte e os custos do cumprimento regulatório ainda são considerados elevados. A comunicação e literacia regulatória junto dos intermediários e consumidores precisa ser melhorada. “Os seguros devem ser o alicerce invisível que permite à sociedade avançar, mesmo quando o chão treme”, conclui Bracons.

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