É difícil pensar num tema em campanha que tenha motivado tantas críticas disparadas em sentidos contrários e que, ao mesmo tempo, recolha tantas concordâncias ao olhar para os programas eleitorais.
O Investimento em Infraestruturas de transportes – e aqui os projetos em destaque são o novo aeroporto e a grandes obras de engenharia ferroviária, como a Alta Velocidade e a Terceira Travessia do Tejo – estão no radar dos partidos, mas cada um tem um twist próprio.
Sobre o novo aeroporto, sobre o qual uma Comissão Técnica Independente já decidiu que Alcochete seria a melhor localização, os dois principais, o PS e a AD, estão de acordo que a decisão, seja ela qual for, deve ser tomada rapidamente. Com boa razão: o Aeroporto Humberto Delgado já não pode crescer mais e uma solução é essencial para o crescimento de turistas.
Já quanto à principal companhia aérea para lá operar, a companhia de bandeira nacional TAP, há muita discordância e até omissões. Se AD e IL querem a TAP privada o mais rapidamente possível, alguns na esquerda (BE, CDU, Livre) e o Chega querem ou parar o processo totalmente ou, caso avance, manter o controlo da empresa na esfera do Estado. Uma ressalva para o Chega que pede a presença do Estado no conselho de administração. E destaque, pela ausêcnia, para o PS, o partido que tem como secretário-geral o ex-ministro que negociou com Bruxelas as ajudas de Estado à companhia. A forma da privatização da TAP não surge no programa.OPANprefere defender uma consulta pública sobre o futuro da companhia.
Quase todos os partidos defendem o investimento inequívoco na ferrovia, mas com a CDU a pedir que a terceira travessia sobre o Tejo tenha também rodovia. O PAN especifica que se deve avançar com o TGV a ligar Lisboa a Madrid. OChega ainda pede a abertura de capital aos privados do Metropolitano de Lisboa, da Transtejo e da Soflusa.