Skip to main content

Mova, a nova startup para modernizar a subscrição de seguros

A empresa, criada em setembro do ano passado por João Valente e Paulo Montez, tem já mais de 12 milhões de euros em carteira e cerca de mil clientes. O negócio consiste em agregar vários planos de companhias diferentes numa plataforma e, através de uma Q&A online, mostrar ao cliente a melhor opção.

As insurtechs continuam a dinamizar a indústria dos seguros em Portugal. Já está no mercado a nova empresa que une tecnologia e mediação seguradora para tentar simplificar o processo de escolher a companhia certa para as necessidades dos cidadãos. Chama-se Mova Seguros e, nos primeiros meses de atividade, reuniu mais de 12 milhões de euros em carteira e cerca de mil clientes.

A Mova Seguros é plataforma digital de mediação de seguros, criada por empreendedores com uma década de experiência no ramo, cujo negócio é a subscrição 100% online de seguros após responder a um Q&A que “guia” o potencial cliente àquilo de que precisa.

“Dada a nossa experiência nos seguros e uma carteira de clientes bastante razoável, tivemos a percepção de que havia aqui um mercado para desenvolver, e que vai continuar a ser desenvolvido nos próximos anos, que tem a ver com a subscrição online de seguros. As grandes seguradoras têm essa área bastante desenvolvida, mas víamos uma possibilidade de perguntar às pessoas o que querem, ter acesso a várias hipóteses de subscrição de seguros”, conta ao JE o cofundador João Valente.

Por exemplo, se abrirmos o site desta startup e escolhermos “seguro de saúde” uma das questões que automaticamente nos colocam é se será um seguro individual ou para mais alguém da família. No caso dos seguros para animais domésticos, as primeiras dúvidas do sistema são: “é de raça considerada perigosa?” “é macho ou fêmea”? A partir daí, segue-se um leque de informação a transmitir para no final haver diversas opções de escolha de seguradoras concorrentes.

A ideia é apresentar maior personalização nos planos quer seja para particulares como para empresas. Do leque de produtos que oferece a particulares – desde seguros de vida, saúde, animais de estimação e viagem, por exemplo –, o seu algoritmo concebe até três opções de planos de seguros, assegurando uma cobertura mínima de todas as necessidades em cada um deles. Há dez seguradoras com acordos com a Mova, revelaram os cofundadores ao JE.

“A ideia é oferecer algumas alternativas. É diferente do modelo das seguradoras, porque é uma estratégia multimarca. Queremos ser independentes”, sublinhou João Valente.

A empresa foi pensada em 2020, estruturada no ano seguinte e nasceu formalmente enquanto sociedade de mediação de seguros em setembro do ano passado. Até agora, tem sido financiada exclusivamente com capital próprio, cujo valor João Valente e João Montez não quiseram adiantar.

Questionados sobre o negócio do ano no sector, da compra por 2,3 mil milhões de euros da Liberty na Europa, inclusive as sucursais em Portugal, Irlanda e Espanha, por parte do grupo Generali, a dupla de empreendedores mostrou-se surpreendida com o desfecho da aquisição e, simultaneamente, convicta de que há uma boa divisão entre os dois grandes da indústria a nível nacional.

“Tem havido efetivamente esta consolidação de mercado que, a meu ver, pode ser positiva, mas traz sempre os seus pontos negativos também. Já se ouvia falar muito disto, mas para mim foi uma surpresa a concretização do negócio. Agora veremos como a integração vai acontecer e como é que o restante mercado vai reagir. Já temos uma concentração grande entre os dois maiores players, a Fidelidade e agora a Generalli, estando o resto dividido pelas restantes. Parece uma boa divisão”, argumentou o cofundador Paulo Montez.