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'Aqui é Fresco'. Rede de lojas de proximidade aposta em preços inferiores até 40% às grandes distribuidoras

Em entrevista ao Jornal Económico, Carla Esteves, diretora executiva da 'Aqui É Fresco', revela que o grupo já conta com 700 lojas e 16 associados grossitas num total de 38 cash & carry’s nos diversos distritos do país. "Pretendemos crescer entre os 5% e os 8% no volume de faturação em 2024", refere.

Diversidade e qualidade dos produtos com preços entre 30% a 40% mais baixos do que a concorrência. É esta uma das formas da rede lojas de proximidade 'Aqui é Fresco' (AeF) para concorrer com as grandes cadeias de distribuição. Atualmente o grupo já conta com 700 lojas e 16 associados grossistas num total de 38 cash & carry’s nos diversos distritos do país.

Em entrevista ao Jornal Económico (JE), Carla Esteves, diretora executiva da 'Aqui É Fresco', refere que recentemente lançou um apelo aos parceiros da empresa para que assumissem o compromisso de uma não incorporação, nos preços ao consumidor, dos ganhos obtidos ao longo da cadeia de produção, transformação e distribuição alimentar com os apoios definidos pelo Governo, em particular os decorrentes da isenção de IVA.

"Foi pelos nossos clientes que assumimos o compromisso de manter o IVA Zero. Apelámos à nossa rede para que assumisse este compromisso, o que foi cumprido e hoje podemos dizer que os nossos consumidores sentiram isso", afirma a diretora executiva.

Por sua vez, a Associação dos Distribuidores de Produtos Alimentares (ADIPA), da qual Carla Esteves também faz parte, defende que os grossistas e os pequenos e médios retalhistas independentes "não fiquem fora deste esforço a nível nacional das lojas de proximidade e mantenham a imagem e credibilidade positivas junto dos consumidores, algo que obviamente também passa pela transparência e competitividade dos preços".

A rede de lojas AeF levou recentemente a cabo a sua convenção anual em Braga, onde contou com cerca de 1.500 representantes do sector e que acabou por revelar-se um sucesso em termos de negócios realizados, tendo superado em dois dias de negociação os 11 milhões de euros e em contratos celebrados, face aos 4,7 milhões registados em 2022.

"As marcas presentes, os retalhistas e os grossistas perceberam bem a capacidade que temos de negociação e o peso que as lojas de proximidade têm presentemente na economia real. Por tudo isto, achamos que as lojas de proximidade são um canal em expansão, aliando preço e qualidade", afirma Carla Esteves.

"É indispensável reforçar a aposta na digitalização e na modernização"

As novas tendências de consumo são também uma das principais questões com que este mercado se debate, dado que o consumidor atual é mais "cético e menos permeável à publicidade tradicional".

Para fazer face a este cenário, a responsável da AeF, realça que "é indispensável reforçar a aposta na digitalização e na modernização, recorrendo a ferramentas inovadoras que permitam responder com eficácia e rapidez a consumidores com um processo de aquisição cada vez mais associado à acessibilidade e à velocidade".

Um dos exemplos de resposta a estas novas tendências é a própria marca da AeF designada por 'UP', que em breve vai lançar no mercado uma gama de produtos biológicos e vegetarianos, para dar resposta à cada vez maior procura por este género de alimentação por parte dos clientes da AeF.

De resto, a consolidação da marca 'UP' é um dos principais objetivos da AeF para este ano, bem como as dez marcas próprias que esta cadeia de lojas de proximidade possui, entre as quais a 'Terra Lusitana'. "As nossas marcas próprias estão presentes em praticamente todos os segmentos. Para alimentar todas estas marcas, continuamos a crescer no nosso número de fornecedores e, desde fevereiro, temos mais quatro fornecedores de marca própria e esperamos nos próximos meses começar a trabalhar com ainda mais alguns", explica Carla Esteves.

Além do crescimento no número de fornecedores a AeF também quer subir o seu volume de faturação para o próximo ano. "Pretendemos crescer, segundo as nossas previsões, entre os 5% e os 8%. Sentimos que os nossos clientes compram menos em cada visita a uma loja, embora acabem por fazer mais visitas às nossas lojas, o que representa uma maior faturação em termos gerais", salienta a diretora executiva.

Presente em 16 dos 18 distritos de Portugal Continental, a responsável da AeF assume que o grupo está muito atento e a estudar novas oportunidades, no sentido de crescer e alcançar a cobertura total no país, "abrindo assim que possível mais lojas, no Alentejo e no Algarve, para ganharmos margem e conquistar espaço à nossa concorrência".