OGoverno prevê gastar 26.357,6 milhões de euros no pagamento de prestações sociais no próximo ano, estando previstos aumentos em quase todas, à à exceção do Rendimento Social de Inserção (RSI) ou a Garantia para a Infância, ambas para casos de pobreza extrema.
Na proposta de Orçamento do Estado entregue esta quinta-feira, que confirma a subida de 40 euros do Complemento Solidário para Idosos, o Governo destaca os aumentos em várias prestações, nomeadamente a de desemprego e de apoio ao emprego, que terá um crescimento de 0,9% para uma despesa total de 1.740,1 milhões de euros, ou o abono de família, que terá mais 27,6 milhões de euros do que em 2025.
O Executivo assinala que as prestações de parentalidade, que incluem os apoios sociais pagos pela Segurança Social para compensar a perda de rendimento durante a licença parental para cuidar dos filhos, vão custar 1.232,5 milhões de euros, mais 23,6% do que a previsão de execução em 2025.
Segundo o Governo, este aumento explica-se com “o aumento do número de beneficiários e da remuneração por trabalhador, nomeadamente nas principais componentes das prestações de parentalidade”, e com o alargamento em dois meses do pagamento do subsídio parental inicial.
No caso do Complemento Solidário para Idos (CSI), cujo aumento havia sido anunciado pelo primeiro-ministro durante uma ação de campanha do PSD, o Governo conta gastar 671,8 milhões.
A Prestação Social para a Inclusão (PSI) e respetivo complemento, destinada às pessoas com deficiência, aumentam em 10,4% para 886,1 milhões de euros, com base na previsão de aumento do número de beneficiários.
De fora destes aumentos ficam, por exemplo, o Rendimento Social de Inserção (RSI), um apoio para pessoas em pobreza extrema, e a Garantia para a Infância, uma prestação social em Portugal, que funciona como um complemento ao abono de família para crianças e jovens em situação de pobreza extrema.
No caso do RSI, o Governo prevê gastar 354,1 milhões de euros no pagamento desta prestação social, menos 700 mil euros do que a previsão de execução em 2025.
Em relação à Garantia para a Infância, o valor total previsto baixa de 90 milhões de euros, na previsão de execução de 2025, para 88,5 milhões de euros no orçamento para 2026, o que representa uma diminuição de 1,7%.
Por outro lado, nas contas que apresentou no documento, o Governo prevê que o excedente da Segurança Social atinja os 6.438,5 milhões de euros no próximo ano.
Este é o valor estimado na ótica da contabilidade pública (que tem em conta as entradas e saídas de dinheiro). Já na ótica da contabilidade nacional, o Executivo estima que o excedente da Segurança Social atinja os 6.576,4 milhões de euros. O valor fica acima do saldo previsto para este ano (3.936 milhões de euros), bem como do que tinha sido orçamentado (3.936 milhões de euros).
A previsão das receitais totais da Segurança Social para o próximo ano é de 49.358,7 milhões de euros, um aumento face aos 45.708,7 milhões de euros previstos executar em 2025, bem como ao orçamentado para este ano (45.045,7 milhões de euros). “Prevê-se que a receita de contribuições e quotizações para 2026 aumente 6,9%, atingindo o montante de 32.091,2 milhões de euros”, aponta o relatório. O aumento do emprego e o crescimnto real do PIBforam decisivos.
Já no que toca à previsão de despesas totais da Segurança Social, prevê-se que atinjam os 42.920,2 milhões de euros em 2026, um aumento face aos 40.073,7 milhões que estão previstos executar em 2025 e também face ao orçamentado (39.386,8 milhões).
Governo aumenta (quase todas) as prestações sociais no próximo ano
Em 2026, só não haverá aumentos no Rendimento Social de Inserção e na Garantia para a Infância. Execedente da Segurança Social deverá atingir os 6.400 milhões, segundo contas do Governo.
