Em Junho de 1928 surgiu em Lisboa a revista “Cine”, fascinada, é claro, pela Sétima Arte, ou Arte Muda como lhe chamavam então. Do cinema americano ao europeu, tudo trazia. Dirigida por Paulo Frazão, na capa do primeiro número declarava que o cinema não chegava para destruir o teatro. Mas acrescentava: “No momento que atravessamos, depara-se-nos o velho teatro (cantado e declamado) sentado tristemente na soleira do desalento mais atroz, enquanto o cinema avança, numa marcha triunfal, hasteando o pendão rubro dos grandes triunfos.”. Não era um acaso. O Teatro S. Luiz transformara-se num cinema. E não só: “O Politeama ostenta um explêndido écran onde perpassam as mais belas maravilhas da Arte Muda. E seguem-se outros cinemas como o Tivoli, o Odeon, o Olímpia, cujos bilhetes são disputados com muitos dias de antecedência, enquanto os dramas, as comédias e as revistas que os melhores atores e atrizes se empenham por manter, dificilmente se aguentam”. Num dos números da “Cine” surgia este delicioso anúncio da MGM.