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CTT instala subsidiária que vai gerir contact center da Worten na antiga sede da Expo

Empresas: A NewSpring, do grupo CTT, ganhou o concurso para a gestão do contact center da Worten e mudou-se para o Edifício Báltico, antiga sede dos correios que é alvo de um litígio com a TAP.

O Edifício Báltico, no Parque das Nações, antiga sede dos CTT que devia ter sido ocupada pela TAP, foi o imóvel escolhido pelo grupo liderado por João Bento para instalar a NewSpring Services, a subsidiária que foi escolhida para gerir o contact center da Worten. A empresa do grupo CTT, que ganhou recentemente o concurso da empresa da Sonae, mudou-se para o Edifício Báltico, no Parque das Nações em dezembro, sabe o Jornal Económico,

A NewSpring Services é uma empresa de Consultoria, Gestão de Processos de Outsourcing, Back-Office e Front-Office, com operações de Contact Center, integrada no grupo CTT, a quem a Worten atribuiu a gestão da sua central de atendimento dos clientes.

O CEO da NewSpring, Jorge Fróis, confirmou ao Económico que a empresa ganhou a gestão do contact center no último trimestre do ano passado e que se instalaram no Edifício Báltico, no qual foram feitas algumas transformações. A NewSpring criou uma zona autónoma de convívio para os colaboradores, sabe o Económico.

Segundo as nossas fontes, a escolha da empresa do grupo CTT pela Worten para gerir o seu centro de contacto com o cliente tem como objetivo a sua modernização. “Os contact centers estão a passar por grandes transformações com a utilização da tecnologia, como a Inteligência Artificial e os chatbots, e o caminho que vamos fazer com a Worten é o de modernizar o seu contact center”, explicou Jorge Fróis.

A NewSpring já está a trabalhar com a Worten desde a chamada “pic season” que abrange as datas da black friday, cyber monday e Natal.

Apesar de ser através de uma subsidiária, não deixa de ser significativo este regresso do grupo CTT ao edifício que gerou um litígio com a TAP.

Os CTT moveram um processo contra a TAP por causa do recuo da companhia aérea na mudança da sede para o Edifício Báltico, no Parque das Nações. O processo deu entrada no Tribunal Central Cível de Lisboa a 30 de maio do ano passado e os CTT reclamam 1,8 milhões de euros, de acordo com o Citius.

“O assunto da TAP está a ser tratado em tribunal” e “estamos em contacto com o proprietário do edifício” disse João Bento, presidente dos CTT, num encontro com jornalistas no último trimestre do ano passado.

O valor reclamado em tribunal pelos CTT diz respeito aos custos suportados devido à alteração de planos da TAP. É que, tal como noticiou o JE, a empresa liderada por João Bento continua responsável pela renda da antiga sede, depois de a TAP ter falhado o seu compromisso. Havia um acordo tripartido — CTT, TAP e o fundo alemão Deka Immobilien, proprietário do imóvel — que salvaguardava a transição sem custos para os CTT, a partir de novembro de 2022, depois de os correios terem saído do imóvel em outubro desse ano.

A mudança da sede da TAP da Portela para o Edifício Báltico foi uma decisão da antiga comissão executiva da TAP liderada por Christine Ourmières-Widener e foi revelada em maio de 2022, com a companhia a prever concluir a mudança em setembro desse ano. No entanto, a decisão da administração da TAP foi contestada e a mudança acabou por não acontecer. A TAP acabou a dizer que “não foi assinado qualquer contrato” de arrendamento.

Mas, com este recuo da TAP, os CTT mesmo estando a beneficiar de período de carência, ficaram com o ónus de pagar a renda do Edifício Báltico e, em simultâneo, da nova sede, no edifício da Maló Clinic.

“Fizemos o que tínhamos de fazer”, disse publicamente o CEO dos CTT que explicou que tomaram a decisão de sair do Edifício Báltico “porque era grande demais” para as “necessidades” da empresa tendo em conta “as novas práticas de trabalho remoto e também a nova forma de organização”. No meio desse processo, “apareceu a TAP a dizer que queria ficar com o edifício, por isso, os CTT anteciparam a saída mas, depois a TAP, pelas razões que conhecemos, com um turbilhão de confusões, desistiu”, disse ainda João Bento.

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