Ogrupo Jerónimo Martins atingiu, no final de 2023, vendas de 30,6 mil milhões de euros, mais 20,6% (ou mais 18,1% a taxas de câmbio constantes) que no ano anterior, garantindo lucros de 756 milhões (+28,2%).
“Nunca pensei que fosse possível atingir vendas de 30 mil milhões de euros”, reconheceu o CEO, Pedro Soares dos Santos, numa conferência de imprensa para explicar os resultados. E atribuiu o desempenho a todos os colaboradores do grupo, que “têm sido extraordinários”.
Mas as contas já deixam antever nuvens negras no horizonte. No crescimento de vendas (like for like, ou vendas em lojas comparáveis)do total do grupo, é notório o quarto trimestre em desaceleração. As vendas LFL cresceram 21,2% nos primeiros três meses, 15,2% no segundo, 11,7% entre julho e setembro e “apenas” 5,1% no último trimestre, que incui o Natal e o Ano Novo. A dsesaceleração das vendas (LFL)foi transversal às principais marcas do grupo:Biedronka (Polónia), Pingo Doce (Portugal) e Ara (Colômbia).
Questionado sobre se o grupo pretende continuar a fazer crescer as vendas em volume, Pedro Soares dos Santos foi claro. “Preferimos volume. Prefiro vender 10 mil caixas a um euro do que 1000 caixas a dez euros”, sintetizou.
Em comunicado à CMVM, o grupo refere que, no quatro trimestre, as vendas aumentam 16,7% para 8,2 mil milhões de euros.
Oresponsável do grupo Jerónimo Martins destacou ainda a performance do EBITDA, que subiu 17%, para 2,2 mil milhões de euros, com a respetiva margem a fixar-se nos 7,1% (7,3% em 2022). No quarto trimestre, o EBITDA cresceu 14,1% para 578 milhões, correspondendo a uma margem sobre as vendas de 7,1%. O Cash Flow no ano é de 345 milhões de euros e a dívida líquida situa-se nos 2,1 mil milhões.
A além da remodelação de 60 lojas, o Pingo Doce abriu 11 novas localizações e encerrou uma. A margem EBITDA foi de 5,8% versus 5,9% em 2022. Para este ano, o grupo pretende continuar a remodelar as suas lojas, abrindo mais restaurantes no interior.
Ogrupo Jerónimo Martins (que abriu 190 restaurantes nas suas lojas)vai abrir mais 50 e espera fechar o ano de 2024 como a maior cadeia de restauração nacional.