O grupo japonês YKK, o maior fabricante de fecho de correr do mundo, vai investir um milhão de euros na construção de um novo armazém na zona do Carregado e na remodelação das instalações comerciais que tem na cidade da Maia.
“As instalações que temos, para a produção que temos neste momento e que planeamos produzir nos próximos anos, já não é suficiente. Vamos aumentar as instalações, porque os planos para os próximos anos são produzir mais”, disse ao Jornal Económico (JE) o diretor administrativo sénior da YKK Portugal, Ricardo Martins, à margem de uma visita à unidade fabril.
Em Portugal, a YKK opera em duas áreas: têxtil e o calçado (fechos de correr ou fechos-éclair) e automóvel, que atualmente já representa cerca de 40% da produção. É no Carregado que se localiza todo o “teatro de operações”, onde a magia dos zíperes para roupa, sapatos e carros acontece e a comissão executiva da YKK Portugal trabalha para tornar o negócio mais digital, sustentável e atrativo para os 117 trabalhadores no país.
Entre a centena de colaboradores (ou, para sermos mais precisos, colaboradoras) e a maquinaria, estão caixas empilhadas a precisar do novo teto, que ficará num terreno mesmo ao lado. O objetivo é que o armazém fique concluído ainda no final deste ano.
Segundo Ricardo Martins, a YKK faz investimentos anuais de um milhão de euros na subsidiária nacional. “Nos próximos anos, o grande investimento será nas energias renováveis. Já fizemos alguns, nos painéis solares, e vamos aumentar para a questão da água. Ou seja, aproveitarmos a água de resíduo para entrar novamente no processo produtivo”, revela ao JE.
A instalação de mais equipamentos de robótica também está prevista, embora aí a despesa não seja tanta, uma vez que são fabricadas pelo próprio grupo. “Toda a cadeia de valor (máquinas ou matérias-primas) é feita no grupo. Toda a nossa maquinaria é feita no Japão. Temos vários projetos para reduzir o papel, automatizar tarefas que eram feitas por pessoas de inspeção sem grande valor acrescentado. A ideia não é reduzir pessoas é transferi-las para outros trabalhos”, conta, garantindo que a empresa nunca fez lay-offs nestes 40 anos.
Questionado sobre as declarações do presidente da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal de que as fábricas deste sector se encontram numa situação pior do que na Covid-19 e comparável à da crise de 2008, Ricardo Martins admite que no segmento de têxtil se sente “uma ligeira quebra em relação até antes da pandemia”, porque durante os confinamentos esse negócio aumentou na YKK Portugal, mas a contração atual é compensada pelas vendas para as marcas de automóvel. “Há balanceamento. Se trabalhássemos só com o têxtil e calçado, claramente estávamos a ver que as coisas não estavam a correr tão bem”, reconhece.
A YKK tem cerca de dois mil clientes, inclusive Stellantis, BMW, Toyotta, Inditex ou Salsa.