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Desde 2006 que a REN não lucrava tanto e supera metas do plano estratégico

Energia: Subida das yields da dívida portuguesa beneficiou a remuneração dos ativos regulados da companhia. Metas do plano estratégico foram superadas no lucro, EBITDA e investimento.

Desde o ano de 2006 que a REN não lucrava tanto. Em 2023, os lucros subiram 33% para mais de 149 milhões de euros. Mas é preciso recuar até 2006 para encontrar um valor superior: mais de 496 milhões de euros.

Oresultado com mais de 17 anos teve lugar à boleia da venda da participação que a REN detinha na Galp. Em setembro de 2006, a Amorim Energia comprou uma fatia de mais de 18% da Galp Energia à REN por 915 milhões de euros.Desta forma, a Amorim Energia subiu de 13% para mais de 31% a sua participação.

De regresso a 2023, o EBITDA subiu 5,5% para 514 milhões de euros, com a operação doméstica a contribuir com mais 19 milhões e a internacional com mais de sete milhões.

“Esta performance resulta da melhoria da atividade operacional (EBITDA +26,7M€) e dos resultados financeiros (+3,4M€), apesar do incremento do custo médio da dívida. Adicionalmente reflete efeitos não recorrentes, nomeadamente, a recuperação de receitas da atividade internacional e impactos fiscais”, segundo comunicado da empresa.

A subida das taxas de juro da dívida a 10 anos da República Portuguesa beneficiou as receitas da REN que tem a remuneração dos seus ativos regulados exposta às yields nacionais (subiram de 2,2% em 2022 para 3,1% em 2023). Sem exceção, todas as taxas de remuneração de ativos subiram: eletricidade (+0,5 pontos para 5,3%), transporte de gás (+0,4 pontos para 5,7%), distribuição de gás (+0,4 pontos para 5,9%).

A remuneraçãodos ativos regulados subiu 9%para 197 milhões, isto apesar de a base regulada de ativos ter tido um recuo de 1,7% para 3,55 mil milhões.

A companhia também revela que superou várias metas do seu plano estratégico, como nos 514 milhões de EBITDA (meta de 450-470 milhões); no lucro de 149 milhões (meta de 90-105 milhões) e no capex de 302 milhões (meta de 200-235 milhões). Já a dívida líquida ficou nos 2,7 mil milhões, dentro da meta de 2,5-2,7 mil milhões.

A companhia liderada por Rodrigo Costa destaca o “forte incremento” do Capex, que subiu quase 50% para mais de 301 milhões de euros, o que “reflete o foco e compromisso da REN com a transição energética e o seu apoio à política energética do país. As transferências para RAB também aceleraram em 2023, com um crescimento de 59,3M€ (+36,3% comparado com o ano anterior), com a recuperação de alguns atrasos em projetos registados em 2022”.

Já a dívida líquida (excluindo desvios tarifários) caiu quase 5% para 2.421 milhões de euros, apesar de o custo médio da dívida ter subido para 2,5% (1,8% em 2022).

A empresa vai propor o pagamento de um dividendo anual de 15,4 cêntimos por ação. Depois de ter pagado um intercalar de 6,4 cêntimos, vai agora proceder ao pagamento dos restantes nove cêntimos, segundo a proposta do ‘board’ para a AGM a ter lugar a 9 de maio.

Em termos operacionais, o consumo nacional de eletricidade manteve-se estável (50,7TWh) face a 2022, com o consumo de gás natural a recuar mais de 20% , enquanto o consumo de gás natural diminuiu (49,0TWh), o registo mais baixo desde 2014.

“A energia proveniente de fontes renováveis representou 60,6% do fornecimento total de energia (49,3% em 2022), um ano recorde em Portugal, repartida por 25% de energia eólica, 23% de energia hídrica, 7% de energia solar e 6% de biomassa”, de acordo com a companhia.

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