Skip to main content

Um branco de Távora-Varosa, floral e contido

A região vitivinícola de Távora-Varosa é das mais pequenas e das menos conhecidas que existe em Portugal. Situada nas montanhas a sul do Douro, na base sul da Serra da Nave, entre os rios Paiva e Távora, a sua grande referência é a produção de espumante de superior qualidade, tendo sido a primeira região demarcada em Portugal neste segmento.

A região vitivinícola de Távora-Varosa é das mais pequenas e das menos conhecidas que existe em Portugal. Situada nas montanhas a sul do Douro, na base sul da Serra da Nave, entre os rios Paiva e Távora, a sua grande referência é a produção de espumante de superior qualidade, tendo sido a primeira região demarcada em Portugal neste segmento. Mas, desde há alguns anos, os produtores desta região optaram por apostar na produção de vinhos de mesa, também com referentes dignos de nota. É o caso da Wine Attitude, detida pelos também enólogos Jorge Rosa Santos e Rui Lopes, que acaba de lançar no mercado nacional o Lés a Lés branco 2019, um lote em percentagens iguais das castas Cerceal e Malvasia Fina.
Segundo os produtores e enólogos, são “duas castas complementares”: “a contenção aromática, tensão e lineariedade do Cerceal, combina na perfeição com o lado mais floral, amplo e profundo na Malvasia Fina”. No que respeita ao terroir, esta vinha de Cerceal e Malvasia Fina tem 25 anos de idade e situa-se nas encostas do rio Tedo, um afluente do Douro. A exposição nascente-sul e a localização a 700 metros de altitude, em conjunto com a matriz granítica, permite a produção de vinhos de grande finesse, frescura, lineariedade e longevidade, asseguram.

Os produtores destacam que o ano de 2019 foi muito atípico, “com eventos climáticos relevantes e com uma seca meteorológica durante todo o ciclo vegetativo”. “O abrolhamento [fase em que surgem os rebentos ou gomos nas videiras] foi antecipado pelas temperaturas altas verificadas em fevereiro e março. A precipitação do mês de abril veio minimizar o inverno extremamente seco e permitiu às videiras normalizarem o seu crescimento vegetativo. No entanto, o mês de maio foi muito quente em contraponto com o mês de junho, o quarto mais frio desde 1931. A floração, no entanto, ocorreu com tempo favorável e, depois do ‘pintor’ [fase de maturação das uvas em que estas mudam de cor] não existiu qualquer onda de calor, o que mitigou a falta de humidade no solo. A vindima começou em meados de setembro e prolongou-se até outubro, sem qualquer precipitação. Os vinhos mostraram-se bastante equilibrados, com os brancos muitos frescos e álcool médio-baixo”, explicam os produtores deste Lés a Lés.

O vinho foi produzido respeitando as regras da enologia clássica, com vindima manual e prensagem de cacho inteiro. “Sendo o nosso único vinho que não estagia em barricas, faz toda a fermentação e estágio sem borras em cubas de inox durante um período de dez meses”, assinalam os produtores. Deve ser consumido entre os 8º e os 10º. Com longevidade até 2030.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico