Pode ser um exagero afirmar-se que a Fórmula 1 está na estrada, mas a verdade é que a Renault aproveitou alguma dessa tecnologia para o Clio híbrido que apresenta uma potência combinada de 140 cv. Sem desvirtuar aquilo que faz do Clio um sucesso de vendas, a Renault está a introduzir a eletrificação nas suas viaturas, com algumas 100% elétricas, outras hybrid plug in, e este Clio é somente híbrido. Sendo que quando conduzido neste modo (o utilizador pode escolher várias opções, entra as quais funcionar sempre a gasolina), o motor de combustão alimenta a bateria. O arranque é feito sempre com um dos motores elétricos.
Mas a grande “revolução” da engenharia neste Clio R-Tech híbrido TCE está na chamada caixa Multi-Mode que, com as duas opções de desmultiplicação usadas para baixa e alta velocidade, vai permitir à central de controlo avaliar a melhor forma de funcionar, se em puro elétrico ou trabalhar em conjunto o motor térmico com os motores elétricos. Um dos motores elétricos faz o ajustamento das rotações do motor térmico e, dessa forma, torna-se impercetível as mudanças nas relações de caixa. Relembramos que este veículo foi construído sem embraiagem.
E para poupar no combustível fóssil este Clio tem um regenerador de energia que, para além do sistema habitual de recuperação nas travagens ou desacelerações, tem a opção que aumenta a intensidade da travagem e da desaceleração e, dessa forma, reintroduziu mais energia na bateria. A condução é fácil, instrumentos eficazes e colocados onde são precisos e nisso a Renault não mexeu muito pois estamos perante um modelo vencedor. Por outro lado, o binário permitido pelos dois motores elétricos faz com que estes 140 cv de potência pareçam muito mais. O consumo combinado é espantosamente baixo, muito embora o modo elétrico não dê para muitos quilómetros. Tem a vantagem de possuir um modelo de condução 100% elétrico, mas obriga a uma carga elevada de bateria. Ainda assim não deixa de ser interessante para os espaços onde no futuro seja interdita a circulação em modo térmico. Neste modelo de motorização híbrido o Clio tem concorrentes na Honda e na Toyota mas o triunfo do Clio mantém-se, sobretudo se considerarmos a versão RS Line. Interiores de qualidade a nível de estofos e plásticos, a expressar a virilidade e o aspeto desportivo com alguns apontamentos peculiares. Afinal a Fórmula 1 não está apenas na tecnologia mas também na imagem que o utilizador quer dar de si. Falta escolher a cor, sendo que o veículo de teste tinha um vermelho vivo e isso foi um “must” por onde passámos.