Vai ser “um massacre”. A campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas de 5 de novembro – agora que já não restam dúvidas que será protagonizada por Joe Biden pelo lado dos democratas e por Donald Trump pelo dos republicanos – “vai ser um massacre” para Joe Biden, diz o embaixador Francisco Seixas da Costa, uma vez que o ainda presidente já não consegue sequer disfarçar as debilidades físicas que enfrenta, e que há quatro anos já era possível detetar com clareza.
“O grande trunfo de Donald Trump é precisamente a fragilidade de Joe Biden”, concluiu Seixas da Costa. “se ganhasse, o que já é muito duvidoso, estaria preparado para quatro anos de presidência”, questiona o embaixador, sabendo que a resposta é ‘não’. Resultado: só o tempo separa ainda Donald Trump do regresso à Casa Branca, que inevitavelmente sucederá em janeiro do próximo ano, no dia em que tomar posse.
Uma das questões que se coloca – mas já é apenas marginal em relação ao resultado que sairá da votação de 5 de novembro – é perceber-se porque é que, ao longo de quatro anos, os democratas não souberam encontrar uma alternativa politicamente credível ao atual presidente. Um ponto prévio: a vice-presidente, Kamala Harris, foi convidada há quatro anos por ser um forte trunfo para 2024: mulher, negra, de raciocínio rápido, moderna e uma espécie de síntese entre as diversas sensibilidades democratas, era o elemento que ‘fechava’ uma estratégia a oito anos.
Duas razões surgem como fundamentais. Em primeiro lugar, Joe Biden não quis retirar-se a meio, digamos, do ser percurso como presidente dos Estados Unidos. Não há uma lei sobre o assunto, mas a tradição estabelece que um presidente que decide (e pode) recandidatar-se não terá que confrontar-se com qualquer entrave proveniente do interior do seu partido.