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Skypro fatura nove milhões de euros e produz 1,2 milhões de peças por ano

A empresa de Ermesinde fornece fardas e calçado técnico para tripulações aéreas em mais de 30 países. O fabrico de vestuário para tripulações de cruzeiros, hotéis ou polícia são a aposta para este ano.

É na Skypro, com sede em Ermesinde, que nascem as peças que hoje vestem profissionais de algumas das maiores companhias aéreas do mundo: Emirates, Etihad, Qatar Airways, AirArabia ou Royal Jordanian. Em Portugal, tem como principais clientes a TAP (calçado, cintos, luvas e carteiras), a SATA, a Hi Fly e ainda a NetJets, em Oeiras. A empresa, que aposta num mix entre a tradição têxtil portuguesa e a inovação tecnológica, faturou nove milhões de euros em 2024 (nos últimos 10 anos cresceu em média 28% ao ano) e produziu 1,2 milhões de peças de fardamento por ano, incluindo sapatos. “Temos 40 clientes, 90% deles são da indústria da aviação”, diz Jorge Pinto, o CEO da Skypro, ao Jornal Económico.

O modelo de negócio é centrado no desenvolvimento de algoritmos inteligentes, que permitem às organizações prever com precisão as suas necessidades, evitando o sobrestock e reduzindo significativamente a pegada ambiental. Tradicionalmente, a gestão de equipamento era feita com excesso de encomendas, o que aumentava o desperdício e os impactos ambientais.

A adaptação às necessidades locais foi outro dos trunfos para conquistar clientes: “É preciso que não se internacionalizem empresas sentadas no escritório. Uma companhia da Arábia Saudita tem necessidades diferentes de uma das Caraíbas e isso é determinante quando desenhamos um uniforme”, realça Jorge Pinto, o CEO da Skypro.

Em 2020, a empresa foi incluída pelo “Financial Times” na lista das mil empresas que mais cresceram na Europa. Além do setor da aviação, a Skypro fornece ainda companhias de cruzeiro, transportes ferroviários, hotelaria, grandes museus, empresas de rent-a-car, escritórios de advogados e a polícia sueca.

“Estamos bastante focados em não depender apenas do setor da aviação. Procuramos clientes com mais de 500 colaboradores, que necessitem de soluções personalizadas e completas de gestão de uniformes. Construímos uma marca que, hoje em dia, é a ‘Nike’ da indústria da aviação. Somos um player com uma oferta e saber únicos”, afirma o CEO.

Para sustentar o crescimento, a Skypro está a explorar desafios de financiamento e a possibilidade de novos acionistas, incluindo a abertura de capital (Jorge Pinto e a família detêm 65% e a Explorer Investments 35%). O CEO sublinha a importância de encontrar um parceiro estratégico que tenha compromisso e vontade de fazer o negócio crescer. “Não é apenas uma questão de dinheiro. Preferia um parceiro da indústria de uniformes em vez de um fundo de investimento e considero um parceiro português se houver alinhamento cultural e de ambição para tornar a empresa uma marca global significativa”, sublinha o CEO.