Skip to main content

Os petrodólares do Newcastle

O futebol, na Inglaterra, não se resume à Premier League. Sempre foi um teatro político, social e económico. Foram os adeptos britânicos que travaram a criação da Superliga Europeia, um negócio multimilionário, onde o residual eram os adeptos e a própria filosofia do futebol.

O futebol, na Inglaterra, não se resume à Premier League. Sempre foi um teatro político, social e económico. Foram os adeptos britânicos que travaram a criação da Superliga Europeia, um negócio multimilionário, onde o residual eram os adeptos e a própria filosofia do futebol. O recente anúncio da compra do Newcastle por um consórcio saudita que tem por detrás o príncipe herdeiro da Arábia Saudita (e o verdadeiro poder no reino) é o último prego naquilo que era a herança cultural do futebol no Reino Unido. Alguns ainda se lembram quando o goleador Alan Sheerer chegou ao Newcastle em 1996 e na antiga e devastada zona industrial declarou que era “o filho de um trabalhador metalúrgico”. Tony Blair que depois chegou a primeiro-ministro e que, na oposição, foi jogar à bola com Kevin Keegan, outro herói dos relvados, nada fez para regenerar a velha cidade industrial. O clube entrou em declínio. Num mundo global e com o futebol a viver segundo outras regras financeiras, o Newcastle não conseguiu ser uma marca como os clubes de Londres, o Manchester United ou o Liverpool. Os novos donos de muitos destes clubes, como Roman Abramovich no Chelsea ou os Emiratos Árabes Unidos no Manchester City não estavam interessados em contas equilibradas. Era o prestígio e influência que contavam.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico