O Parlamento esperou a aprovação do Orçamento de Estado para 2022, para depois poder voltar à sua sonolência. Enquanto isso o país espera a chegada triunfante do doutor Fernando Medina ao ministério das Finanças, porque, nas sábias palavras do doutor António Costa, “sem contas certas não há futuro”. E sem um contabilista arguto, não há eternidade no poder. Ser bom na tabuada e nas cativações será tão importante como ser o Feiticeiro de Oz, o mestre das ilusões. Afinal, depois de se torrar o dinheiro do PRR, da forma como é habitual, alimentando todos os dependentes através dos humores gástricos do Governo, o país voltará ordeiramente à austeridade definida por Bruxelas ou pelo FMI. Até lá o sítio será gerido por OEs inclusivos, preciosos e, sobretudo, tranquilizantes. O plano continuará a ser reforçado após a remodelação governamental, a ser anunciada após a aprovação do OE. É necessário mudar o ar condicionado, para os portugueses se sentirem mais frescos. E o Governo, cada vez mais frágil, seguirá a táctica de sempre: torna-se um reduto de fiéis que estão apenas ocupados a sobreviver e a obedecer ao líder.