Skip to main content

O grande Repórter X

Em Agosto de 1930 começou a publicar-se em Lisboa o semanário “Repórter X”. A sua alma era Reinaldo Ferreira, conhecido exatamente como Repórter X, e face conhecida de um jornalismo audaz, sensacionalista, justiceiro e, nalguns casos, completamente ficcionado.

Em Agosto de 1930 começou a publicar-se em Lisboa o semanário “Repórter X”. A sua alma era Reinaldo Ferreira, conhecido exatamente como Repórter X, e face conhecida de um jornalismo audaz, sensacionalista, justiceiro e, nalguns casos, completamente ficcionado. Colaboraram ali Artur Portela, Mário Domingues (que abandonará rapidamente o projeto e acabou por denunciar algumas “reinaldices”), António Botto, Rocha Martins ou Stuart Carvalhaes. Reinaldo Ferreira acabaria por morrer aos 38 anos, vítima da sua vida de excessos, mas que tinham a ver com a desesperada correria da sua existência. Além de jornalista, foi dramaturgo e realizador de cinema.

Começou por ficar famoso quando em 1917 inventou um crime (que foi publicado no “O Século”), que se transformou num filme. Mais tarde relataria as “últimas palavras” do assassinado presidente Sidónio Pais (“Morro eu, mas salva-se a Pátria”), apesar de ter chegado ao local depois da morte deste. Forjou uma entrevista a Arthur Conan Doyle e mais tarde fez “reportagens” sobre a Rússia bolchevique a partir de Paris. O seu grande momento de glória é o folhetim “O Táxi n.º9297”, sobre o assassinato da corista Maria Alves, que será convertido em livro e filme. Com uma criatividade notável, Reinaldo Ferreira é um verdadeiro ícone desses tempos rápidos que se viveram em Portugal entre as décadas de 20 e 30 do século passado. E que o jornal “Repórter X” exemplifica perfeitamente.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico