As reservas de Portugal de gás e combustível estão no máximo. A garantia da segurança energética do país foi dada pelo Governo ao JE. após o ataque do Irão contra Israel, com base nos dados da Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE), a gestora das reservas nacionais.
"Temos reservas para três semanas em gás natural e mais de três meses em combustíveis. Neste aspeto, os portugueses podem ficar tranquilos", revelou a secretária de Estado da Energia ao JE, à margem da B+ Summit que decorreu em Lisboa na terça-feira.
O ataque do Irão contra Israel teve lugar durante um discurso de Maria João Pereira na conferência. Presente no evento, também estava o presidente da ENSE Alexandre Fernandes, que teve a oportunidade de fazer um briefing in loco sobre a situação das reservas à secretária de Estado, terminado o seu discurso.
Sem mais a acrescentar, perante uma notícia tão recente, e confessando estar "surpreendida" pela situação, a governante limitou-se a sublinhar que a "segurança de abastecimento é crucial para a Europa. Temos vindo a trabalhar nesse sentido. As renováveis têm um papel importante na segurança de abastecimento. É preciso fazer enormes esforços para garantir esta segurança".
Também questionado pelo JE sobre esta situação, o presidente da ENSE explicou que as reservas de segurança do país correspondem a cerca de 50% dos stocks totais para o gás e combustíveis e que Portugal encontra-se com as reservas no máximo.
Sobre a situação no estreito de Ormuz, por onde passa diariamente uma boa parte do petróleo e do gás consumido em todo o mundo, Alexandre Fernandes disse que, no caso do gás natural, existe uma "dependência pequena" dos países do Golfo Pérsico. No caso do petróleo, a dependência aumenta, mas o dirigente destacou que o país tem uma "resiliência bastante superior", pois a capacidade de reserva também é maior.
Cerca de um quinto do petróleo consumido em todo o mundo passa diariamente por este estreito, e cerca de 20% do gás natural.
É por aqui - entre o Irão e a Península Arábica - que chega a todo o mundo o petróleo produzido na Arábia Saudita, Irão, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, enquanto que o gás produzido no Qatar, o maior exportador mundial, também transita por aqui, que tem apenas 33 km no seu ponto mais estreito.
O petróleo disparou mais de 5% na tarde de terça-feira com o ataque do Irão a Israel. O barril de Brent subiu 5,2% para 74,79 dólares durante a negociação.
A “Reuters” revela que o Irão disparou mais de de 100 mísseis de longo alcance contra Israel. Teerão retaliou depois de Israel ter atacado os seus aliados no Líbano, o Hezbollah. Israel lançou nos últimos dias uma campanha militar terrestre no Líbano para atacar as bases do Hezbollah.