A indústria dos jogos é hoje empolgante e grandiosa. E vai atraindo para a sua órbita diferentes sectores que nem sempre associamos a ela. É o caso da galeria de arte virtual e semi-interativa baseada na música dos Radiohead, “Kid A Mnesia Exhibition”.
Difícil de definir, levou a que Thom Yorke dos Radiohead fornecesse ainda mais lenha para a fogueira ao escrever no blogue da PlayStation: “Construímos... algo. Não sabemos bem o que é”. Quando começa, “Kid A Mnesia Exhibition” aumenta as expectativas: “This is not a game/take your time/You are at the beginning/So there must be an end/Some places wil make sense/Some will never make sense/See you later”. Que é então a exibição, que é publicada pela Epic Games e colocada como um jogo na PlayStation Store? Um desafio. Afinal a banda queria celebrar a reedição dos álbuns “Kid A” e “Amnesia”, e assim juntou-se ao TikTok com uma série de vídeos surreais. O resultado fica numa zona nebulosa entre um jogo, permitindo avançar e fazer zoom, e uma galeria de arte, com possibilidade de aceder a várias exposições. Por vezes as duas ideias cruzam-se, como quando uma imagem se quebra em milhares de pedaços e surpreende, como muitos jogos não o fazem. Estamos a aproximar-nos de um novo território da cultura popular para a música e para a indústria dos jogos?
Porque, no fundo, o que os Radiohead nos vêm dizer é que possivelmente o próximo ciclo da música poderá ser no contexto daquilo a que chamamos jogos de computador.