Skip to main content

Fundos sustentáveis são os mais atrativos para os investidores portugueses

O impacto ambiental e os princípios sociais potenciam retornos mais elevados, conclui o “Schroders Global Investor Study 2021”.

Metade dos gestores portugueses acredita que os fundos sustentáveis são aqueles que poderão oferecer retornos mais elevados, avança o mais recente estudo da gestora Schroders, ao qual o JEteve acesso em exclusivo.

O estudo focado na sustentabilidade analisou respostas de mais de 23 mil pessoas em três dezenas de geografias a nível mundial e concluiu que 57% dos investidores estão a dar maior relevância às questões sociais e 55% às questões ambientais na decisão de investimento. As respostas dos inquiridos em Portugal são semelhantes ao resultado médio mundial, com 52% dos investidores/gestores a sentirem que as questões sociais são as mais relevantes.

A nível mundial cerca de 36% das respostas revela que os inquiridos gostariam de ter a auto certificação assegurada pelo seu gestor de investimentos, demonstrando que as aplicações financeiras são sustentáveis. E Portugal não escapa à regra com 60% dos gestores e investidores inquiridos a afirmarem que o investimento de forma sustentável “produz melhores resultados”, inclusive incentivando-os “a aumentar os seus investimentos”. E desde que se mantenha o mesmo nível de risco e diversificação, 57% dos inquiridos a nível mundial deseja “abraçar a sustentabilidade”. Os inquiridos mais jovens são os mais recetivos a esta mudança. Em Portugal temos 60% dos inquiridos a mostrarem disponibilidade para a mudança para uma carteira de investimentos totalmente sustentável, enquanto há 67% de investidores portugueses da geração GenZ, ou seja, dos 18 aos 22 anos, que querem aderir de imediato ao novo modelo de investimento.
A mitigação do impacto das alterações climáticas está a levar investidores a pressionarem governos, empresas e gestores de ativos nessa direção. Em Portugal cerca de 84% dos inquiridos consideram que a responsabilidade de alterar o modelo de investimento deve recair sobre o Governo e os reguladores e cerca de 74% dos inquiridos portugueses considera ainda que as empresas e as organizações intergovernamentais como a ONU são responsáveis pelo combate às alterações climáticas.

E quando se fala em sair do mercado de capitais e dos investimentos financeiros há uma franja relevante que assegura que isso poderá acontecer perante eventuais escândalos financeiros. Curioso que nos obstáculos aos investimentos é mais relevante o tema dos escândalos do que o risco associado ao cyber crime ou a catástrofes naturais provocadas pelas alterações climáticas. Os portugueses são taxativos com 69% assumirem que sairão de um investimento perante um escândalo financeiro na empresa, sem especificar a gravidade do mesmo, enquanto 66% assumem que sairão do investimento numa empresa perante um escândalo de direitos humanos e 65% caso a empresa seja envolvida num escândalo de violação do regime de proteção de dados. Diz o estudo que são os investidores nas Américas os “mais propensos” a saírem dos investimentos perante impactos decorrentes das alterações climáticas.

Em nota da companhia, a diretora geral da Schroders para a ibéria, Carla Bergareche, refere que “estes resultados revelam as crescentes expetativas que agora se colocam aos gestores de ativos, quando se trata de lidar com as alterações climáticas. Estamos a concentrar-nos em assegurar que os investimentos que gerimos para os nossos clientes estão alinhados com a transição para um planeta mais sustentável, e que beneficiam das oportunidades que a transição trará”.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico