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Família muito seleta para animar as Festas

Foi em 1990 que Dirk Niepoort produziu o primeiro Single Vineyard, a partir da vinha do Carril, que deu origem ao conceituado Robustus.

Foi em 1990 que Dirk Niepoort produziu o primeiro Single Vineyard, a partir da vinha do Carril, que deu origem ao conceituado Robustus. Mas só agora, em 2021, a Niepoort, “com a ambição de equiparar o potencial dos vinhos portugueses aos grandes Single Vineyards do mundo”, decidiu lançar pela primeira vez uma família de Single Vineyards, vinhos criados a partir de vinhas únicas, no Douro e na Bairrada.

“Com base em vinhas velhas com uma complexidade e qualidade únicas, como a Vinha do Carril, a Vinha da Pisca ou o Museu dos Lagares, no Douro, surgem vinhos que são a expressão máxima do seu terroir, que já são excecionais e que o vão ser ainda mais, dado o seu potencial de guarda.

Toda a equipa de enologia da Niepoort - com Daniel Niepoort, Nick Delaforce (Vinhos do Porto), Luís Pedro Cândido (Douro) e Sérgio Silva (Bairrada) - empenhou-se neste projeto dos Single Vineyards, cujo objetivo é quase ‘engarrafar’ a essência do terroir. E que resultam de um trabalho da Niepoort desenvolvido ao longo de anos em vinhas centenárias, com grande diversidade de castas, nas duas regiões vitivinícola referenciadas.

Desta forma, a Niepoort colocou há poucos meses no mercado diversos Single Vineyards, um total de sete, de vinhos de mesa a vinho do Porto, do Douro à Bairrada. Por óbvia falta de espaço, vamos centrar-nos no Lote D, de 2014. Mas não esquecer que neste clube seleto da Niepoort foram disponibilizados mais Single Vineyards: também da Bairrada, mais dois Lote D, de 2015 e 2017, e um Valle Louro 2013; o Museu dos Lagares 2018 e o Turris 2018, ambos do Douro; e o especialíssimo vinho do Porto Bioma Vinha da Pisca Vintage 2017, um Porto vintage.

O Lote D 2014 cresceu num terroir muito específico, numa vinha com encosta virada a sul, com muito calcário. É um tributo aos grandes vinhos bairradinos do passado: leves na cor e no grau alcoólico, mas com enorme potencial de envelhecimento. Esta vinha é vindimada em separado, tal como ocorre a vinificação das respetivas uvas, tal é a paixão que Dirk e Daniel Niepoort têm por este vinho, o que resultou em mais uma criação de pai e filho. Evidencia uma cor rubi cristalina, que transparece no perfil aromático elegante e complexidade deste vinho. Na boca, ostenta uma grande precisão, elegância e muita garra. Denso, profundamente complexo e refrescante, com um alto teor de acidez e taninos evidentes e suaves, é um vinho que vai melhorar em garrafa. A nota de prova assinala ainda que “um final longo e linear oferece grande frescura”, concluindo que este Lote D 2014 “é um vinho de peso sem ser demasiado alcoólico, devendo ser apreciado ligeiramente fresco, a cerca de 15ºC”.

“Para fazer bons lotes de vinho, temos de entender e respeitar a vinha”, explica Dirk Niepoort, à frente da Casa Niepoort há cinco gerações. “Mas há vinhas que têm uma personalidade tão própria, tão vincada, que merecem ser tratadas aparte”, recomenda.

Assim nasceram estas edições limitadas (entre 700 e 3000 garrafas). É o próprio que diz que se tivesse que destacar apenas um dos Single Vineyards, escolheria o Lote D 2014, da Bairrada, pela sua improbabilidade. “2014 foi um ano miserável, de que ninguém gosta, mas este vinho, feito apenas com Baga, surpreendentemente brilha pela fineza, a elegância e a perfeição”, defende Dirk Niepoort, sem deixar de destacar o Bioma Vintage 2017, que reuniu todas as variáveis para um vinho perfeito, das condições climatéricas à vinificação.

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