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Bancos estrangeiros e consultoras lideram assessoria a M&A em 2023

Depois de um 2022 de queda no M&A em Portugal, o panorama inverteu-se em 2023 com um crescimento de 16% no número de ‘deals’ e de 6% no valor, para 14 mil milhões de euros. BTG Pactual, Oaklins, Deloitte, EY, VdA e Cuatrecasas lideram rankings.

Incerteza” ou “cautela” foram das expressões mais utilizadas pelos assessores nas previsões - também elas cautelosas - sobre a performance do mercado de fusões e aquisições (M&A - Mergers & Acquisitions) no último ano, mas a verdade é que Portugal acabou por terminar o ano com saldo positivo. Aliás, o mercado transacional português mostrou-se mesmo em contraciclo com a tendência global de contração.


Depois de um 2022 de queda no M&A e uma entrada em 2023 com o pé esquerdo, o panorama inverteu-se e registou-se um crescimento de 16% no número de transações e de 6% no capital mobilizado, em comparação com o ano anterior. No ano passado, de acordo com os últimos dados disponíveis, houve 695 operações de M&A que envolveram empresas de/em Portugal, num valor total de 13,9 mil milhões de euros.


Apesar dos negócios de quase 14 mil milhões de euros, importa explicar que cerca de metade (45%) não tiveram os valores publicados, portanto o montante será bastante superior ao contabilizado no mais recente relatório da TTR Data (antiga Transactional Track Record).


Se olharmos para os diversos sectores de atividade, o imobiliário voltou a ser o mais ativo do ano, com 144 transações, o que representou um crescimento homólogo de 10%. Seguiu-se a área de Internet, software e serviços de TI - Tecnologias da Informação com 98 operações (+8%), a de serviços de apoio empresarial e profissional (+24%) e a de energias renováveis (+11%), de acordo com o relatório da TTR Data, elaborado em colaboração com a Allen & Overy.


Só no quarto trimestre de 2023, foram registadas 192 transações, entre anunciadas e concluídas, num valor acumulado de 3,4 mil milhões de euros. Analisando o acumulado do ano passado, é possível observar que, no âmbito de M&A além-fronteiras (cross-border), Espanha e Reino Unido foram os países que mais investiram em Portugal no período em termos de número, contabilizando 83 e 42 transações, pela mesma ordem.


“As empresas portuguesas escolheram Espanha e o Brasil como principal destino de investimento, com 42 e 13 transações, respetivamente. As empresas norte-americanas diminuíram em 5% as suas aquisições no mercado português, em 2023. As aquisições estrangeiras no sector de Tecnologia e Internet diminuíram em 27% em comparação ao mesmo período de 2022”, lê-se no relatório que abrange o mercado ibérico, publicado este mês pela TTR Data.

 

Eólicas da Finerge são o negócio de 2023
A transação que sobressaiu no ano passado, superior a 550 milhões de euros, foi a conclusão da aquisição da Eólica da Linha, Eólica do Sincelo e Corner and Border pela Finerge Alfama, subsidiária da Finerge. A assessoria esteve a cargo da Cuatrecasas Portugal, Vieira de Almeida (VdA), CaixaBank Corporate Finance, KPMG, Santander Corporate & Investment Banking Portugal e Deloitte na due diligence. A parte de apoio técnica e de seguros foi um trabalho da G-Advisory e da Willis Towers Watson Services.


Esta operação poderá não ser 100% responsável pelos resultados do ranking (ver infografia abaixo), certo é que as duas sociedades de advogados mencionadas, Cuatrecasas e VdA, acabaram mesmo por liderar o ranking de 2023 de assessores jurídicos, com o número de operações (43) e o valor das mesmas (3,2 mil milhões de euros) no topo, respetivamente.


Já os bancos de investimento e/ou consultoras que sobressaíram na tabela de assessores financeiros ao M&A em Portugal, nos últimos doze meses, foram a BTG Pactual (valor) e Oaklins (número) no ano passado. No que diz respeito também ao processo de due diligence, destaque para a Deloitte Portugal (3,8 mil milhões de euros) e EY Portugal (49 negócios).

 

Private equity
e capital de risco
Em concreto nestes dois segmentos, há também boas notícias. A mesma fonte dá conta de que em 2023 houve 84 transações de private equity, mais 27%, contabilizando 1,4 mil milhões de euros, enquanto no capital de risco (venture capital) foram 150 rondas de investimento, mais 19% em termos homólogos, num total de 560 milhões de euros.