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Banco CTT, Montepio, BCP, BPI, Santander e Novobanco com 695 milhões de malparado à venda

Banca: O Novobanco tem à venda no mercado um crédito de 20 milhões de euros de um só devedor. A isto juntam-se o Banco CTT, o BPI, o BCP, o Montepio, e Santander com carteiras de malparado à venda. O mercado dos NPL voltou a animar,

Os bancos não sentiram, até agora, uma degradação da qualidade da carteira de crédito apesar da subida das taxas de juro, Mas nem por isso estão menos ativos na venda de carteiras de crédito malparado (Non-Performing Loans, ou NPL).

O Novobanco avançou com a venda de um crédito (single name) no valor de 20 milhões de euros, apurou o Jornal Económico. No mercado o crédito é conhecido por “Schmidt”, provavelmente referindo-se ao nome do devedor.

Mas não é o único banco a vender NPL.

Em fase de ofertas vinculativas está o “Projeto Boavista” do Banco CTT (mais especificamente da 321 Credit) no valor de 109 milhões de euros.

Também em fase de entrega de propostas vinculativas está o “Projeto Zêzere” do Banco Montepio com o valor contabilístico de 120 milhões de euros, que tem a assessoria da KPMG.
O portfólio é composto por duas tranches. Uma de 62 milhões de euros de créditos non performing loans (NPL) sem garantias reais (unsecured) e outra tranche secured (com garantias) no montante de 57 milhões.

Já há três candidatos escolhidos para avançarem para a fase das propostas vinculativas no “Projeto Zêzere”, nome dado à carteira de Non Performing Loans (NPL), que o Banco Montepio pôs à venda. Os eleitos para avançarem com as binding offers são a LX Partners, a Fortress, a CRC e a LCM Partners, tal como avançou o JE. As propostas vinculativas têm o prazo de 7 de junho. Sobre este concurso, fontes do mercado mostram indignação pelo facto de a Hipoges estar com a Fortress na corrida ao portefólio do Montepio, ao mesmo tempo que “está a gerir a carteira para o banco”. O “que lhes dá uma vantagem competitiva face aos outros concorrentes”, dizem.
A carteira de malparado do Montepio corresponde a 120 devedores em nome individual e outros 150 são créditos de pequenas e médias empresas (PME), com ativos imobiliários dados em garantia no valor de 80 milhões.

Na parte unsecured são créditos de PME, das quais 60% em situação muito difícil.

Também em fase de propostas vinculativas está a carteira posta à venda pelo BPI. Os candidatos vão entregar as ofertas na próxima terça-feira, dia 28. O “Projeto Copper”, é um portefólio misto de NPL no valor de 85 milhões, dos quais 62 milhões é crédito malparado unsecured e 12 milhões de euros é o valor do crédito secured. A carteira tem ainda 11 milhões de euros de créditos de grandes devedores (single names).

Também com prazo de entrega das propostas vinculativas no próximo dia 28 de maio, estão as carteiras de malparado do Santander Totta. O banco lançou duas carteiras, a Pool 62 e a Pool 63. A primeira carteira tem o valor de 70 milhões é composta por créditos sem garantias (unsecured). A Pool 63 tem o valor de 30 milhões e é composta por crédito malparado com garantias (secured).

Mais atrasado está o processo de venda da maior carteira de malparado no mercado. O BCP recebeu propostas não vinculativas para o seu “Projecto Spring” no valor de 264 milhões de euros, esta quinta-feira, dia 23 de maio. Esta carteira é composta por crédito malparado de grandes devedores.

Ao todo os seis bancos têm no mercado créditos imparizados no valor de 695 milhões de euros.

Tal como revelou uma análise da Alvarez & Marsal ao sector bancário português, apesar do agravamento do custo do risco registado entre 2022 e 2023, “a qualidade das carteiras de crédito manteve-se robusta com as melhorias dos rácios de NPL e de cobertura”.

Os bancos portugueses excedem os níveis médios da UE de 1,8% em rácio de NPLs, mas o seu nível de cobertura mais do que duplica a média da UE de 42,9%.

O rácio de NPL (Non-Performing Loans), vulgo crédito malparado, diminuiu de 3,18% para 2,59% no fim do ano passado, sendo que a melhoria foi impulsionada pela redução de 16% nos empréstimos problemáticos. A cobertura por imparidades e colaterais supera os 100%, o que revela uma abordagem ainda mais conservadora do que em 2022.

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