Um brinquedo deveras interessante. O Hyundai N30 2.0 e com o acabamento “performance pack” custa menos de 50 mil euros e dá-nos a sensação incrível de termos um bólide nas mãos. Os 280 cv de potência são “ajudados” pelo som que é em parte fabricado e não é inocente os furos no tubo de escape e que fazem um trabalho excecional a nível de ruído envolvente. O binário não se aproxima do modelo “M” do concorrente alemão mas, ainda assim, consegue acelerações dos 0 aos 100 km em 5,4 segundos, enquanto a velocidade máxima está nos 250 km/h, embora esta seja uma informação da marca e que não testámos. A ajuda a esta performance é feita pela caixa automática de dupla embraiagem de oito velocidades e que possui três funções para melhor se adaptarem ao estilo do condutor. Claro que a nossa eleita foi a que fez maior ruído, algo que só ouvimos em circuitos. E dito isto tudo não poderia haver milagres a nível de consumo. E se em teste de fábrica este é um veículo capaz de apenas consumir nove litros aos 100 km, nos nossos testes a média nunca foi inferior a 14 litros e houve períodos em que chegámos aos 18 litros mas, em abono da verdade, perante um brinquedo destes quem é que está preocupado com os consumos? Estamos perante um carro do segmento C devidamente “musculado”, com uma suspensão suficientemente rígida para suportar a força exercida pela motor e pela tração dianteira, sendo totalmente desaconselhado desligar qualquer ajuda elétrica pois o risco é a traseira não acompanhar a frente.
As críticas estão no excesso de funcionalidades e que não têm grande importância. Os ecrãs têm excessivas opções, sendo que o ecrã útil é aquele em que através de um gráfico de linhas se permite aumentar a potência e reduzir as ajudas elétricas. As passagens de caixa são mais rápidas do que as do M2 ou do M4, aproximando-se muito da resposta que o E63 da Mercedes consegue dar. Sendo certo que não é comparável à BMW em termos de segurança na estrada, pois no caso da proposta alemã fala-se em quatro rodas motrizes e neste caso a solução é a clássica de duas rodas motrizes. Este é um veículo que obriga a que controlemos os nossos próprios limites, sendo que trava muito bem e em termos de estabilidade é de realçar a barra que vai de lado a lado nos amortecedores e ainda a manutenção de uma característica dos Hyundai e que é um capô deveras pesado. E não nos esqueçamos de um pequeno elemento, que é crítico para os amantes deste tipo de carro: o travão de mão que é mesmo um travão acionado à mão e que faz alta quando se quer brincar na “peonagem”. O interior é de qualidade a nível de plásticos e de estofos.