Não é fácil ser herdeiro de Goscinny e Uderzo. Como é possível agradar a todos os que acompanharam as aventuras do pequeno gaulês e aos jovens, os consumidores do futuro? Como conciliar piadas e histórias para gerações tão diferentes? A dupla que tem garantido a continuidade da vida de Astérix, Obélix e da irredutível tribo de gauleses que resistem ao império romano, Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, tem optado por uma gestão cuidadosa e isso é visível no novo álbum, “Astérix e o Grifo”. Independentemente do sucesso da missão de Astérix, há um outro a ter em conta: este é um dos exponentes da indústria de banda desenhada franco-belga e é isso que paga, também, outras edições de autores não consagrados. Por isso é fundamental que sobreviva à morte dos seus criadores. Do ponto de vista criativo, existe apenas uma evolução na continuidade. Conrad segue o desenho de Uderzo, mas falta-lhe a capacidade coreográfica deste. Em termos de argumento há altos e baixos. É, no fundo, um Astérix tradicional. Para entreter os fãs e os futuros admiradores.