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No romance “O Processo”, de Franz Kafka, Josef K. é atormentado por uma sensação de impotência, desencanto e frustração perante a longa manus do Estado. Este clássico da literatura deu origem ao adjetivo kafkiano, que descreve, justamente, uma situação opressiva e desconcertante provocada por uma organização burocrática.
VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOVMENTO” (inscrição em latim gravada no pórtico de entrada da Biblioteca Joanina em Coimbra)
O mundo está perigoso, como costumava dizer o proverbialmente cético Vasco Pulido Valente, parafraseando um outro colunista também conhecido pelo seu pessimismo, Victor Cunha Rego. Mas estará o mundo realmente mais perigoso do que já foi no passado? Será que as profecias sobre o fim dos tempos se vão finalmente concretizar e, como o diabo no oráculo bíblico, a Humanidade acabará lançada viva no “lago de fogo que arde com enxofre” (Apocalipse 20:10)? Ou “ainda não é o fim nem o princípio do mundo. Calma, é apenas um pouco tarde”, como recomendava Manuel António Pina?
As eleições são a expressão máxima do exercício democrático pelos cidadãos. É assim desde o século V a.C., quando na cidade-Estado de Atenas se começou a implementar a prática do voto. Mas as democracias liberais não se esgotam no sufrágio universal. As eleições não são o Alfa e o Ómega de um sistema que tem outras fontes de legitimação política e outras formas de participação cívica. Daí que o recurso às urnas não seja, forçosamente, a solução para as crises políticas.
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