Depois de cimentar a sua posição no mercado espanhol, a proptech imobiliária Tiko elegeu a cidade de Lisboa para fazer a internacionalização da sua marca, sendo que pretende investir na capital portuguesa 30 milhões de euros até 2026. “Este número pode mudar de acordo com o mercado e o progresso da empresa neste novo país.
Posso adiantar que no primeiro mês de plena atividade conseguimos que 7% das propriedades em segunda mão na capital portuguesa passassem pelas nossas mãos.
Na verdade, já comprámos algumas dessas casas”, afirma em entrevista ao Jornal Económico (JE) o CEO da Tiko, Sina Afra.
Definindo a Tiko como uma empresa tecnológica e inovadora, o responsável acredita que, face à digitalização que o sector imobiliário enfrenta, a entrada da proptech espanhola em Portugal é uma grande oportunidade, dado que “somos o primeiro iBuyer internacional a entrar no mercado imobiliário português com um modelo de negócio capaz de cobrir necessidades que não poderiam ser cobertas com o modelo tradicional, tais como a rapidez e eficiência dos processos”, refere.
Sobre as razões que levaram a empresa a escolher Lisboa para a estreia no mercado internacional, o CEO da Tiko explica que a capital portuguesa “é uma cidade com um mercado imobiliário muito atrativo, com um volume de transações de cerca de 50 mil imóveis”. “Foi uma boa oportunidade para transferir o nosso modelo de negócio”, salienta.
Analisando as características que diferenciam o mercado espanhol do português, Sina Afra explica que a principal diferença está na dimensão dos próprios mercados, sendo que os custo das transações em Portugal são menores. “Além disso, Portugal é um país muito atrativo para investir devido à segurança dos rendimentos e ao crescimento sustentável do mercado imobiliário”, salienta. Em relação aos objetivos traçados para o próximo ano no mercado português, o CEO indica que a ideia passa por “entrar para o top of mind dos clientes portugueses e ser escolhida como parceira nos processos de compra e venda de casas”. Já sobre uma possível expansão para outras cidades portuguesas, Sina Afra, afirma que, neste momento, a Tiko está focada na abertura em Lisboa, uma vez que é o primeiro passo na internacionalização da marca. Mas não esconde que “o plano, a longo prazo, é aumentar a equipa, tanto em Lisboa como em outras partes de Portugal”, realça. O modelo de negócio da Tiko passa por apresentar em 24 horas uma proposta sobre uma propriedade, avaliando os dados do imóvel – preenchidos pelo proprietário – através do algoritmo ‘Tikoanalytics’, permitindo ao cliente de uma forma mais rápida receber um determinado valor pelo imóvel do qual se quer desfazer. “Este é o modelo de negócio do futuro, mas também do presente. O sector imobiliário tem sido o último grande sector a experimentar uma forte digitalização e, ‘graças’ à pandemia, nunca evoluiu tão rapidamente como até agora”, refere. Criada em 2018, a Tiko registou no mercado espanhol um crescimento anual de 149%, algo que o CEO espera aumentar com a entrada em Lisboa. “Não só estamos a crescer geograficamente como estamos a incorporar cada vez mais serviços no nosso portfólio, para tornar a experiência dos nossos utilizadores mais completa. Além do serviço de compra e venda de casas, oferecemos agora apoio hipotecário, redes de cooperação entre agentes imobiliários para os vendedores ou compradores que nos contactam e não podemos ajudar diretamente, diferentes tipos de seguros, serviços de mudanças e renovações, entre outros”, conclui.