Os mercados acionistas europeus têm acompanhando a tendência altista que se tem verificado a nível mundial este ano, renovando por várias vezes máximos históricos.
De facto, dentro do bloco existem vários temas de destaque, nomeadamente a “batalha” entre Londres e Amesterdão pelo título de maior centro financeiro da Europa. Logo após o Brexit, várias empresas abandonaram as terras de Sua Majestade, com Amesterdão a ser o destino mais procurado. Não foi apenas o Brexit que contribuiu para este movimento, mas também o facto de a Euronext de Amesterdão beneficiar de regras que permitem a potenciais empresas britânicas acesso a maior liquidez através das outras seis bolsas da Euronext. Contudo, a rivalidade entre Londres e Amesterdão acaba por ofuscar um ponto ainda mais relevante: A Europa tem ficado bastante para trás face aos EUA e Ásia em várias métricas, nomeadamente no número de Ofertas Públicas Iniciais (IPOs). Até ao momento, este ano verificaram-se 954 IPOs nos EUA, mais do dobro do que se verificou no conjunto da União Europeia e Reino Unido. Além disto, a Europa (incluindo Reino Unido e Suíça) tem perdido terreno na quota do mercado global, representando agora apenas 17% da capitalização – quase metade dos 30% observados em 2006. Numa nota mais otimista, ainda assim existem alguns números encorajadores. Nos primeiros nove meses de 2021, as start-ups europeias arrecadaram 19% do financiamento global de capital de risco, contra 13% em 2020, isto numa altura em que Pequim começa a bloquear algum investimento externo.
Voltando as atenções para movimentos de mercado, a Apple merece destaque nos EUA, tendo sido noticiado recentemente que o seu CEO, Tim Cook, terá assinado um “acordo secreto” em 2016 com a China, avaliado em $275 mM, para anular um conjunto de medidas regulamentares que teriam prejudicado a empresa. Num tema à parte, a tecnológica avisou os seus fornecedores que irá reduzir em 10 milhões de unidades a produção de iPhones devido à atual escassez de semicondutores.
Em território europeu, a Allianz anunciou que irá aumentar os dividendos a um ritmo de 5% ao ano a partir de 2021. A seguradora comunicou que distribuirá aos acionistas metade dos lucros, que espera que venham a crescer entre 5 e 7% no período entre 2022 e 2024. Destaque ainda para a Aurubis, a maior produtora de cobre da Europa, que registou lucros de 353 milhões de euros para o ano fiscal findo a 30 de setembro, 60% acima dos €221 milhões do ano anterior.
Já em Portugal, os CTT, juntamente com a empresa chinesa YunExpress, irão criar uma joint-venture para gerir uma rede de cacifos, um investimento de cerca de 8 milhões de euros no prazo de três anos. Destaque ainda para o BCP, que juntamente com a BA Glass contratou um programa de emissão de papel comercial de até 80 milhões de euros.