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Novobanco retira crédito à companhia de aviação United Jet da carteira “Harvey”

O banco recebeu oferta pelo malparado da companhia de aviões privados. Créditos retirados baixam valor da “Harvey” para 550 milhões. Deva/Arrow será o comprador.

Depois de ter retirado o crédito de José Guilherme e o da Constantino Fernandes Oliveira & Filhos –Sucatas e Ferro, o Novobanco retirou o crédito em incumprimento da United Jet Services – companhia portuguesa de aviação privada da carteira de grandes devedores, apelidada de “Harvey”, que o banco está prestes a vender ao consórcio Deva/Arrow por um valor perto do valor líquido da carteira (bastante abaixo do valor bruto de 640 milhões de euros).

Com saída destes três créditos o valor bruto baixou para cerca de 550 milhões, apurou o JE.

Este crédito à United Jet foi retirado porque o banco liderado por António Ramalho recebeu uma proposta individual mais vantajosa para a compra dos créditos da companhia de aviação privada, apurou o Jornal Económico.

O crédito da United Jet junta-se assim aos créditos de José Guilherme e da CFO - Sucatas e Ferro, que foram retirados do portfólio Harvey. Tal como o Jornal Económico avançou em edição anterior, a dívida do empreiteiro – que ficou conhecido pela “liberalidade” de 14 milhões paga a Ricardo Salgado, e que somava 200 milhões de euros, segundo a auditoria especial da Deloitte – foi retirada do portfólio por sugestão do fundo liderado por Luís Máximo dos Santos.

O Novobanco vai agora gerir a dívida de José Guilherme, que, em 2017, quando a Lone Star comprou 75% do Novobanco, era de cerca de 200 milhões de euros. Na altura, a Lone Star dava já como perdido o dinheiro emprestado pelo BES ao “amigo de longa data” de Ricardo Salgado.

A carteira de malparado do Novobanco, que foi designada de Harvey, é uma carteira de corporate/single names. Mas o seu perímetro ainda não está totalmente fechado, porque o Fundo de Resolução ainda pode retirar mais créditos ao abrigo do contrato do mecanismo de capitalização contingente, já que tem o poder de excluir alguns créditos das carteiras de NPL (Non Performing Loans) que o Novobanco coloca no mercado, se considerar que a recuperação interna poderá gerar mais valor e desta forma gerar menos perdas.

No entanto há já uma data indicativa para a venda do “Harvey” ser assinada com o consórcio da empresa a Deva Capital com a britânica Arrow Global. O potencial vencedor da carteira foi avançado ontem pelo Eco e confirmada pelo Económico.

O portfólio Harvey foi o nome dado ao conjunto de créditos incobráveis do Novobanco que era para ser designado de Nata III, mas que por motivos políticos acabou por não avançar. Foi para o mercado com oito créditos de empresas e outros 12 créditos ligados ao setor imobiliário.

A estimativa é que o fecho da operação seja feito no dia 15 de dezembro.
O Novobanco pretende fechar até ao fim do ano não só a “Harvey”, mas também a outra carteira de malparado que o banco tem no mercado e a que baptizou de “Orion”. Trata-se de um portfólio de créditos “granulares” em incumprimento, no valor global de cerca de 200 milhões de euros. Esta carteira está já na fase final e há duas propostas vinculativas, com uma delas a superar a outra por uma diferença pequena. As ofertas foram feitas no passado dia 30 de novembro.

A par da venda das duas carteiras de malparado, o Novobanco também deverá “livrar-se” dos ativos imobiliários sob gestão da ECS, que estão a ser vendidos, estando neste momento a DK (Davidson Kempner) na pole position para comprar os ativos do Projeto Crow. O Novobanco, o BCP e a Caixa Geral de Depósitos são os bancos com maiores exposições neste conjunto de ativos, sendo que o Banco Santander Totta e a Oitante (que ficou com ativos do Banif) também detêm unidades de participação nos fundos geridos pela ECS.

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