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Secil e Casais investem 15 milhões na construção industrializada

Construção: A ‘joint venture’ Krear vai produzir peças industralizadas em betão 2D e 3D para construção “off-site” de edifícios de grande escala. “Estamos a estudar já uma série de projetos, incluindo de obra pública”, diz ao JE o diretor Daniel Granjo.

Com uma aposta cada vez mais virada para a construção sustentável, a Secil e o Grupo Casais decidiram investir 15 milhões de euros (numa primeira fase) na criação de uma joint-venture, designada por Krear. A empresa de construção terá a sua fábrica localizada em Estarreja, com o objetivo de mudar o paradigma no sector, através da ideia de adaptação do espaço às pessoas, com agilidade e um foco ambiental muito vincado.

A construção “off-site” consiste na produção de módulos, numa linha de montagem, que depois são utilizados para construir edifícios. Tem um menor impacto ambiental quando comparada com a construção tradicional, permitindo ainda ganhos de eficiência.

“A fábrica vai começar a produzir no final do ano e o nosso objetivo é angariar projetos por estes dias. A partir de outubro vamos começar em testes na fábrica e a 100% em janeiro, mas este ainda ano vamos ter produção, até porque temos clientes a desafiar-nos para isso”, refere ao Jornal Económico (JE), Daniel Granja, diretor geral da Krear.

Com um total de 51 trabalhadores e outros 20 indiretos, a empresa já contratou a equipa técnica, bem como elementos para a vertente operacional.

“Este projeto foi pensado para que seja de expansão, mas um passo de cada vez. Mais importante que os números, é a nossa capacidade produtiva de sermos capazes de produzir por ano cerca de 1.500 apartamentos com 70m2”, salienta o responsável, acrescentando que será possível produzir por cada turno de oito horas, 700m2 e em termos anuais hotéis BB (Bed & Breakfast) com seis pisos. No entanto, a principal preocupação nesta fase está em angariar e estudar o maior número possível de projetos.

“Estamos a estudar já uma série de projetos, entre eles edifícios de obra pública, como também primeira e segunda habitação e hotéis. Na realidade o projeto Krear responde não só a moradias familiares que não é o nosso foco, mas somos capazes de o fazer, como também a edifícios de grande escala”, explica Daniel Granjo.

Com uma forte aposta na mobilidade, dado que toda a atividade será feito dentro da fábrica, o responsável assume que a empresa será capaz de cobrir o país de norte a sul, olhando também além fronteiras. “Temos um projeto de exportação numa segunda fase que está estudado para Espanha e para além disso estamos a equacionar também França onde já há algumas oportunidades e será um mercado ao qual vamos estar atentos”, salienta.

O segmento da Krear será fundamentalmente edifícios, sobretudo de habitação, segmento onde pretende ter um papel relevante em dar resposta ao problema que afeta o país.

“O facto de conseguirmos construir rápido, com qualidade e eficiência, vai ganhar tração. Queremos trazer um produto novo e sermos uma referência para os jovens engenheiros e arquitetos que precisam desse tipo de empresas mais tecnológicas e que os direcione para aquilo que vai ser o futuro, porque a construção tradicional como já percebemos é um modelo que está esgotado”, realça Daniel Granjo.

Com uma forte aposta na componente da robótica, o responsável acredita que esta é uma solução para fazer face a problemas como os custos de construção e materiais, bem como a ausência de mão-de-obra.

“Achamos que as pessoas têm de estar em lugares e posições em que tenham valor acrescentado. Não acreditamos que seja benéfico as pessoas estarem a desempenhar processos que podem ser feitos por um robot. Uma poupança entre 25% a 50% numa obra é muito significativo”, conclui.

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